- OS
DOIS SÃO JOGADORES, FORAM ADVERSÁRIOS ATÉ A ELEIÇÃO DE 2016
- PREFEITO
NOMEOU O ANTIGO ADVERSÁRIO EM CARGO COMISSIONADO E O EXONEROU EM MENOS DE SEIS
MESES, NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2017
- FUNCIONÁRIO
EFETIVO QUE DENUNCIOU O PREFEITO DE JANAÚBA CITOU NA CÂMARA, EM ABRIL DE 2018, QUE
PREFEITURA NÃO LHE PAGAVA HÁ 5 MESES
- PREFEITO
DISSE QUE NÃO COMETEU ILEGALIDADE NO CASO PREVIJAN
- ATUAL
PREFEITO FOI, EM 2016, AUTOR DO PEDIDO QUE CRIOU E PRESIDIU OUTRA CPI SOBRE A
FALTA DE REPASSE DE RECURSO AO PREVIJAN PELA PREFEITURA
- **Matéria
foi publicada neste site em 17 de abril de 2018 e sendo republicada com algumas
atualizações (confira AQUI )
Fotos
Oliveira Júnior
Osvaldo Antunes, servidor denunciante, e Carlos Isaildon,
prefeito denunciado.
JANAÚBA
(por Oliveira Júnior) – Algumas pessoas já devem ter ouvido a expressão “um dia
da caça, outro dia do caçador”. Isso reflete ao momento atual quando se refere
a repasse de recurso financeiro ao Instituto de Previdência dos Servidores
Públicos Municipais de Janaúba (Previjan) pela Prefeitura de Janaúba. Há algum
tempo a previdência municipal alega que o executivo local não destina o recurso
lhe devido. Em menos de dois anos o caso é exaustivamente debatido e motivo de
duas CPIs (Comissão Processantes) na Câmara Municipal.
VOTAÇÃO
DE POSSÍVEL CASSAÇÃO
No
dia 16 de abril, a Câmara de Janaúba manteve o sinal verde para que a CPI
avançasse nas investigações de denúncia sobre descumprimento do executivo
municipal perante ao Previjan no que tange a repasse de recurso. Por
unanimidade, ou seja, 14 a 0, os vereadores autorizaram que a comissão buscasse
esclarecimentos sobre a denúncia formulada pelo servidor público municipal
Osvaldo Antunes Farias em que aponta possível falha da diretoria do Previjan e
do prefeito Carlos Isaildon Mendes. Carlos Mendes disse que não cometeu
ilicitude nesse caso.
A
comissão teve o prazo em torno de 60 dias para concluir os trabalhos e, com
isso, com base em análise e votação dos vereadores, a Câmara poderá ou não
cassar o mandato do atual prefeito.
O
JOGO
Os
dois principais personagens, o denunciante e o denunciado, já acumulam um bom
enredo para uma história política administrativa um tanto envolvente. Primeiro,
ao figurar como denunciante, o funcionário Osvaldo Antunes põe no cenário
público e político a característica que ele muito bem aplicou no esporte.
Osvaldo foi um exímio jogador de futebol em Janaúba. Firme e atencioso, ele
exerceu a função de volante cuja atribuição foi desarmar o adversário. O
público que quase lotava o estádio do Tupizão aplaudia Osvaldo, que ajudou o
sistema defensivo e ataque do Olaria, do bairro Cerâmica.
Do
outro lado do atual enredo tem o prefeito Carlos Mendes, que também é um
jogador. Mendes não demonstrando a sua habilidade em campo quanto ao seu hoje
oponente Osvaldo. Mas, ultimamente o atual gestor público ainda participa de
futebol society. Fora das quatro linhas do campo, Osvaldo e Carlos até já
atuaram juntos. Isso no ano passado.
SEM
PAGAMENTO
Servidor
público efetivo há 24 anos na função de pedreiro, Osvaldo Antunes é funcionário
da Prefeitura de Janaúba, inclusive, segundo ele, exercendo o mandato de
presidente do Sindicato dos Servidores da Limpeza Pública de Janaúba. Nessa
condição, ele estaria liberado da função concursada para representar o pessoal
da limpeza. Porém, há um impasse entre ele e o atual prefeito, este, através da
sua equipe de governo e baseados em legislação, não reconhecem a legalidade da
entidade que Osvaldo preside e, diante disso, no entendimento da atual
administração, teria que se apresentar e atuar na função de pedreiro.
Osvaldo,
por sua vez, explica que conseguiu uma liminar na Justiça assegurando a
funcionalidade do Sindicato do Pessoal da Limpeza e, sendo assim, estaria
dispensado do cargo de origem. Porém, no dia 16 de abril, na reunião da Câmara
Municipal, o funcionário Osvaldo avisou que estava 5 meses sem receber o seu
salário. Conforme a folha de pagamento do funcionalismo da prefeitura, o
salário de Osvaldo é descontado 100%. Isso deduz que a administração estaria
considerando que esse servidor estaria faltoso à sua atividade de servidor
efetivo.
ESTRANHEZA
E ALIADOS
No
período em que que foi vereador deste município, de 2013 a 2016, Carlos Mendes
e Osvaldo Antunes, presidente do Sindicato da Limpeza, viviam momentos de
estranheza entre si nas suas respectivas funções representativas. Ás vezes
ocorriam o embate dos dois. Em 2016, Mendes foi candidato e eleito prefeito.
Antunes não teve êxito na eleição para vereador. Houve uma aproximação entre os
dois. Ao assumir a prefeitura, Carlos Mendes nomeou Osvaldo Antunes para cargo
comissionado na coordenação de seção da limpeza pública. No final do primeiro
semestre, em junho do ano passado, Osvaldo foi exonerado do cargo. O motivo da “demissão”
não foi tornado público. Ele retornou à presidência do sindicato, mas deparou
com o ato do executivo em não reconhecer a entidade sindical.
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