JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – A administração do prefeito de Janaúba, José Benedito Nunes Neto (PT), ganhou um “presente” na virada do ano. Preocupadas com a eleição da mesa diretora do legislativo janaubense – que seria no dia 22 de dezembro e passou para o dia seguinte – tanto a Câmara quanto a administração da prefeitura esqueceram-se de um projeto importante: aumento do percentual sobre o orçamento para a suplementação.
A Câmara teria aprovada, meses antes, a autorização de até 35% e, findando o ano, o prefeito se viu na necessidade de mais crédito e, em projeto de lei datado de 22 de dezembro de 2011, solicitava que os vereadores ampliassem a autorização para até 50%, pois já tinha ultrapassado o orçamento.
Durante a reunião, o vereador Avelino Rodrigues Filho (PRB), o Dodô, que é líder do prefeito, confessou que a situação incômoda financeiramente da administração de José Benedito, no final do ano, pode ter originada de uma decisão equivocada dos próprios vereadores aliados do prefeito. Dodô diz que ele teria alertado, meses antes, sobre o percentual reduzido para a suplementação financeira e, mesmo assim, os vereadores que apóiam José Benedito foram quem manifestaram em autorizar o percentual inferior para o crédito adicional. Pelo jeito, o recado sonoro do líder do prefeito foi baseado no ditado popular “às vezes a gente colhe aquilo que se planta”.
O presidente da Câmara, Leobino de Bem, teria convocado reunião extraordinária – a assessoria da Câmara explica que o vereador não é obrigado a comparecer nesse tipo de reunião – para a quarta-feira, dia 28 de dezembro. Nos dois dias anteriores, ou seja, segunda-feira (26) e terça-feira (27) não tiveram expediente na Câmara e Prefeitura, pois o prefeito José Benedito teria assinado decreto, no início de janeiro de 2011, considerando como ponto facultativo nesses dois dias em referência à data de emancipação político-administrativo de Janaúba (dia 27, que não é feriado municipal).
Alguns vereadores, caso de José Tarcísio (PSDB), teriam anunciados com antecedência que fariam viagem na última semana de dezembro. Na quarta-feira, dia 28, apenas os cinco vereadores aliados do prefeito (Miguel (PT), Leobino (PSC), Cláudio Fidelix (PSD), Zacarias (PTC) e Dodô (PRB) compareceram e não sendo número suficiente para quórum. A reunião foi re-convocada para a sexta-feira, dia 30. Os cinco vereadores que dão apoio ao prefeito retornaram e houve quórum, pois os vereadores Pauleca (PRB), Rosa (PR), Ivan (PMDB) e João Pereira (PTC) participaram. Rosa diz que eles – com exceção de Tarcísio que se encontra em viagem – foram à reunião em solidariedade a Ivan, que teria sido rejeitado pelo prefeito.
Justamente o vereador Ivan – que teve o apoio do prefeito negado na eleição para a presidência da Câmara – foi o decisivo para socorrer a administração do petista José Benedito. O prefeito reuniu com Ivan e pediu lhe que fosse à reunião e sensibilizasse os outros três vereadores. Na reunião de comissões permanentes ficou decidida a apresentação de uma emenda que a autorização da suplementação fosse de até 43%. O grupo do prefeito, com apoio de um assessor da prefeitura, queria os 50%.
Houve impasse. O vereador Cláudio Fidelix (PSD), aliado do prefeito, ameaçou abandonar a reunião, pois queria a aprovação do projeto sem emenda. Uma segunda decisão elevou o percentual para 46%. Com essa alteração, o vereador Rosa deixou a reunião sem votar. O projeto de lei foi aprovado com o voto contra do vereador Pauleca por entender que o compromisso assumido na reunião de comissões, inclusive pelo vereador Miguel (PT), não foi respeitado e também por causa da “agitação” provocada por dois vereadores (um aliado do prefeito e outro não), que só acalmaram após um telefonema ao chefe do gabinete do prefeito. O projeto foi aprovado com os votos dos vereadores Miguel, Cláudio Fidelix, Dodô, Zacarias, Ivan e João Pereira. O presidente Leobino não precisou votar.
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