TÉCNICOS
DEFENDEM PLURALIDADE NO ATENDIMENTO A DEPENDENTES E HÁ RELATO DE CASO DE
CRIANÇA DE JAÍBA VICIADA EM DROGAS
BELO
HORIZONTE – Especialistas ouvidos nesta terça-feira, dia 5 de abril, pela
Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e outras Drogas da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais (ALMG) defenderam a pluralidade no atendimento a
dependentes químicos, com o uso de dispositivos variados, com o trabalho em
rede e a participação da sociedade e de setores distintos do Poder Público. A
audiência reuniu representantes de comunidade terapêutica, de conselhos de
saúde, saúde mental e política sobre drogas, da Polícia Militar e de outros
serviços públicos de Belo Horizonte e do interior de Minas.
Foto
Sarah Torres/ALMG
Isabel Mendes da Silva, técnica de Referência da Saúde Mental, representando Gilson Urbano, secretário Municipal de Saúde de Janaúba.
"Vamos
dar voz a todas as abordagens que tragam auxílio na questão da dependência
química”, afirmou o presidente da comissão e autor do requerimento para a
audiência, deputado Antônio Jorge. Segundo ele, a comissão fará uma série de
encontros justamente para dar espaço a essa pluralidade na agenda das drogas.
Para ele, o momento é de empobrecimento dessa discussão, diante da postura
ideológica do Estado e o “assédio” às comunidades terapêuticas, que estão em
dificuldades e até encerrando atividades.
Foto
Sarah Torres/ALMG
Georgea Paula Vieira Santos Cardoso, monitora de Saúde Mental.
TÉCNICOS
COMPARTILHAM EXPERIÊNCIAS DE ATENDIMENTO
Diversas
experiências no atendimento aos usuários de droga foram relatadas na audiência.
De Janaúba, Norte de Minas, veio a história de José (nome fictício), que
começou a usar drogas aos seis anos. Com graves problemas familiares, a criança
passou a acompanhar o irmão, traficante, e chegou ao serviço de saúde com dez
anos. Além do vício, estava jurado de morte. José mora em Jaíba, mas, por falta
de estrutura em sua cidade, foi atendido em Janaúba, que é referência para a
região nesse serviço.
Foto
Sarah Torres/ALMG
Ethiara Vieira de Macedo (assesora técnica do Conselho de
Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais - Cosems-mg), Georgea Paula
Vieira Cardoso e Isabel Mendes da Silva, ambas de Janaúba.
Georgea
Paula Cardoso, monitora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Janaúba,
contou as dificuldades para o atendimento da criança, que ficou na Unidade de
Acolhimento Infanto Juvenil (UAI) por mais de um ano, quando o limite são seis
meses. Em novembro de 2015, José foi desligado da rede e, já em Jaíba, acabou
voltando para as ruas e para as drogas. Mas em janeiro deste ano ele retornou
ao Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi) de Janaúba. “A mãe pediu
socorro. O ideal é que a família fosse atendida, porque há um forte laço
familiar”, observa.
Foto
Sarah Torres/ALMG
Representação de Janaúba na reunião da Comissão de Prevenção
e Combate ao Uso de Crack e outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais.
Isabel
Mendes da Silva, técnica de Referência da Saúde Mental também de Janaúba,
apresentou o serviço da cidade, que tem, além do UAI e do Caps, tem outros
mecanismos, como o consultório de rua, sendo referência para a microrregião da
Serra Geral. Porém, segundo ela, toda a rede passa por dificuldades em função
da falta de financiamento. “O Caps é mantido com recursos próprios”,
exemplificou. Ethiara Vieira de Macedo, assessora técnica do Conselho de
Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG) confirmou que
vários municípios estão arcando com os serviços para ter a rede em
funcionamento. (Fonte: ascom ALMG)
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