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MORRE A EMPREENDEDORA JANAUBENSE DONA ILCA DURÃES, PRIMEIRA COMERCIANTE NO MERCADO DE JANAÚBA E VICE-PRESIDENTE DA PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE JANAÚBA
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Foto álbum de família
Ilca Durães de Oliveira e Silva.
Fotos Oliveira Júnior
Dona Ilca Durães Silva entre a vice-prefeita Maria Aparecida Santos e o
prefeito José Aparecido Santos durante homenagem à dona Ilca, no mercado
municipal de Janaúba, em 24 de setembro de 2022.
- Velório: a partir de 7h30 deste domingo na Primeira Igreja Batista (esquina da rua Barão de Gorutuba e avenida do Comércio)
- Sepultamento: às 16h30 deste domingo no cemitério da Saudade (avenida Manoel Atayde), em Janaúba
JANAÚBA (por Oliveira
Júnior*) – A comerciante janaubense Ilca Durães de Oliveira e Silva, 97 anos,
faleceu na tarde deste sábado, dia 16 de março, após insuficiência cardíaca.
Ela estava internada no Hospital Regional de Janaúba realizando tratamento de
uma patologia e apresentava uma reação positiva, contudo na tarde de hoje
sofreu a diminuição no batimento do coração e faleceu.
Mineira de Riacho dos
Machados, onde nasceu em 23 de maio de 1926, dona Ilca Durães foi a primeira
comerciante no mercado municipal de Janaúba e até pouco tempo exercia a função
de empreendedora com o comércio de artesanato, doce e biscoito ao lado da sua
residência e da Primeira Igreja Batista à qual era ligada.
Dona Ilca Durães Silva entre os filhos e netos e também entre a vice-prefeita Maria Aparecida Santos e o prefeito José Aparecido Santos.
Em 24 de setembro de
2022, dona Ilca Durães foi homenageada pela Prefeitura de Janaúba quando da
inauguração da Praça de Alimentação e Convivência do mercado municipal.
“Dona Ilca, Mulher
de fibra, guerreira, em nome do povo de Janaúba receba toda nossa gratidão,
respeito e reconhecimento pelos relevantes serviços prestados no Mercado
Municipal de Janaúba. O seu legado serve de inspiração para todos nós”,
mencionava a placa que o prefeito José Aparecido Mendes Santos, em nome da Prefeitura
Municipal de Janaúba, entregou à dona Ilca Durães.
Dona Ilca é o
símbolo do empreendedorismo de Janaúba. sempre trabalhou com alegria,
disposição e honestidade. Ela veio para janaúba aos 16 anos de idade no período
que se iniciava a construção da estrada de ferro. Casada com Anatalão Pereira,
conhecido por Zé Pereira e falecido em 1985, a jovem Ilca mostrou o seu jeito
com o comércio vendendo frutas, verduras, biscoitos e café no antigo mercado e
na estação ferroviária. Desta forma e com o apoio do marido, ela criou os
filhos que também prestavam ajuda à mãe nas feiras.
Prefeito José Aparecido Mendes e a vice-prefeita Maria Aparecida Santos entregam à Dona Ilca Durães Silva a homenagem durante a inauguração da Praça da Alimentação e Convivência do Mercado Municipal de Janaúba, em 24 de setembro de 2022.
Mesmo com 97 anos,
dona Ilca ainda trabalhava no comércio de artesanato, biscoito e café ao lado
da sua casa, no centro de Janaúba, com o apoio dos filhos.
Dona Ilca casou-se
com Anatalão Pereira da Silva (1916-1985), com quem viveu por cerca de 42 anos
e com ele teve onze filhos: Elizeu – que viveu apenas 20 dias, Dolores, Izaete
(in memoriam), Carlos Joel, Ruth, Jeremias, Ester, Josué, Jairo, Nicodemos e
Dorcas. São cerca de 70 pessoas ligadas à sua descendência, entre filhos,
netos, bisnetos, tataranetos, genro, noras, netos-genros, netas-noras e
bisneta-nora.
DONA ILCA
Ilca Durães converteu-se
aos 13 anos de idade numa pequena congregação Batista em Riacho dos Machados.
Casada, aos 16 anos, mudou-se para Janaúba, trazendo tudo o que possuía num
animal, um burro de carga, que um conhecido emprestou para Anatalão. Só veio a
ser batizada aos 26 anos, na Primeira Igreja Batista de Janaúba (PIBJ), no Rio
Gorutuba, segundo o costume de sua denominação.
O jovem casal
resolveu apoiar os dois trabalhos evangélicos iniciantes na cidade de Janaúba:
“para que o evangelho crescesse”. Ilca foi uma das fundadoras do trabalho
Batista (CBB – Convenção Batista Brasileira) em Janaúba, e Anatalão cooperou
com Rev. Gordon Threw na fundação do trabalho presbiteriano. Decidiram que, à
medida que o Senhor lhes concedesse filhos, os homens seriam levados pelo
genitor para a Igreja Presbiteriana e as mulheres, pela genitora, para a Igreja
Batista.
Na PIBJ, na qual
esteve há quase 72 anos Dona Ilca serviu em múltiplos ministérios: Professora
da Escola Dominical (deu aula bíblica para todas as idades); líder da MCA
(Mulher Cristã em Ação); Conselheira de Adolescentes; foi vice-presidente da
igreja; cantou no coral por décadas, como contralto; pertenceu ao Desperta
Débora e ainda, quando convidada, foi dirigente de reuniões de oração e cultos
nas casas dos irmãos ou amigos. Morou até este sábado ao lado do templo e sido membro
assíduo dos cultos em sua igreja e, com o apoio dos irmãos e irmãs, segue
visitando e socorrendo, orando pelos enfermos, pregando em reuniões no templo e
nos lares, de acordo com suas possibilidades.
“É de uma
inteligência rara e possui um tino exponencial para negócios, apesar de ter
cursado apenas até a 3ª série do curso primário”, mencionou o Pastor Jeremias
Pereira, filho de dona Ilca. O Pastor Jeremias cita que a sua mãe foi uma empreendedora.
“Para sobreviver e ajudar meu pai na criação de tantos filhos, lavou, passou e
cozinhou para fora; depois aventurou-se no comércio, tendo, por décadas, um box
no mercado de Janaúba”, completou.
Comerciante e
incentivadora do artesanato, inclusive denominando o seu empreendimento como Dona
Ilca Artesanato, Ilca Durães também era poetisa e escreveu mais de 200 poesias.
Pregadora leiga. Mulher Corajosa. Cultiva um hábito devocional há dezenas de
anos: lia a bíblia e orava de manhã bem cedo e à noite, às 22h20.
Hoje, sábado, dia
16 de março de 2024, dona Ilca Durães finaliza a sua missão, mas deixa um
legado de simpatia, alegria, coragem, firmeza, sabedoria, bom humor e fé em
Cristo Jesus nosso Senhor. (*com informações do Pastor Jeremias Pereira)
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