SECA CAUSA PERDA EM 100% NAS LAVOURAS DE MILHO, FEIJÃO E SORGO FORRAGEIRO EM JANAÚBA, ONDE 70% DAS PASTAGENS ESTÃO PERDIDAS, MORTE DE 850 BOVINOS E 80% DOS TANQUES SECOS

• RELATÓRIO DA EMATER-MG APONTA QUE COM A FALTA DE CHUVA REGULAR, JANAÚBA TEM PREJUÍZO DE MAIS DE R$ 213 MILHÕES NA AGRICULTURA E PECUÁRIA 

Imagem A.I. Vereador Adauri Cordeiro

Animal morto na zona rural de Janaúba em consequência da seca que assola o município e a região. Dados da Emater-MG apontam que 850 bovinos morreram nesse período de seca.

 

JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – A seca que assola o Norte de Minas há meses já impõe sinais de prejuízos enormes para os produtores rurais no município de Janaúba, inclusive com perdas de 100% na lavoura. Outro fator agravante é que maior parte dos mananciais estão secos e, diante disso, aumentam as dificuldades para alimentar os animais devido à fata de pastagem. O prejuízo supera os R$ 213 milhões na agricultura e pecuária. Esses dados são da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).

No relatório agro climatológico apresentado nesta quinta-feira, dia 14 de dezembro, a Emater-MG mostra a perda em 100% nas culturas de milho, feijão primeira safra e sorgo forrageiro no município de Janaúba. Cultivado em 1 mil hectares e com a estimativa de colheita de 1.500 toneladas, a lavoura de milho foi perdida totalmente. O mesmo aconteceu com os 200 hectares de feijão onde seriam colhidos 300 toneladas. Com a estimada em produzir 54 mil toneladas, o plantio de 1.800 hectares de sorgo forrageiro não teve êxito. O prejuízo financeiro com a perda nessas três culturas ultrapassa os R$ 24 milhões.

Os danos causados pela falta de chuva regular também afeta a fruticultura em Janaúba, onde a produção de banana irrigada tem perda de 18%, a de mamão 14%, enquanto que as culturas de limão e manga palmer apresentam perdas, respectivamente, de 24% e 20%. São R$ 31 milhões de prejuízos devido a perdas no plantio dessas quatro culturas.

De acordo com o levantamento da Emater-MG, no momento as pastagens de sequeiro no município de Janaúba encontram-se totalmente degradadas, sem umidade ideal para rebrota o que vem comprometendo grandemente o suporte forrageiro para os animais existentes no município. Há prejuízo em 70% das pastagens formadas e 66% das pastagens nativas. Como o período previsto para o início das chuvas não ocorreu dentro do esperado, os agricultores encontram-se apreensivos em relação ao suporte forrageiro atual, bem como para o próximo ano.

Parte dos produtores que fizeram o plantio das culturas e pastagens de sequeiro perderam 100% dos plantios, enquanto que os demais que ainda não fizeram o plantio esperando às chuvas pode considerar também como perdas. O volumoso (silagens e capineiras) armazenado na safra anterior já se encontra esgotado levando a atividade pecuária ao declínio.

Nesse levantamento da Emater-MG consta que Janaúba teria um rebanho bovino de 92.363 cabeças com a mortalidade de 850 animais em decorrência da seca. A produção leiteira também está afetada, uma vez que a produção anual atingiu 52% do volume então estimado. Passam dos R$ 156 milhões os prejuízos causados pela seca na pecuária janaubense.

Dois dos três rios no município secaram. 100% dos córregos estão comprometidos. 80% dos 500 tanques/barragens pequenas estão secos. Ainda no estudo técnico da Emater-MG consta que 11% dos poços tubulares estão secos. Pelo menos 450 poços tubulares no município janaubense se encontram em funcionamento. O abastecimento de água está na fase de racionamento em parte das comunidades. No relatório agro climatológico da Emater-MG consta que choveu em torno de 40 milímetros em Janaúba entre setembro deste ano e as duas primeiras semanas de dezembro, enquanto que na média histórica o índice pluviométrico seriam em torno de 300 milímetros nesse período.