AÇÃO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO PREVÊ A PERDA DE MANDATO PARA O PREFEITO E VEREADOR, AMBOS DE JANAÚBA
MP CITA QUE OS INVESTIGADOS FRAUDARAM PROCESSO
LICITATÓRIO PARA ALUGUEL DE IMÓVEL
O Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Janaúba, no Norte de
Minas Gerais, propôs nesta quarta-feira, 9 de maio, uma Ação Civil Pública
(ACP) por improbidade administrativa contra o atual prefeito de Janaúba, na
Região Norte do estado, um vereador e duas mulheres. Os investigados teriam
fraudado processo licitatório para locação de imóveis pelo município. Eles
estão sujeitos a perda da função pública (nos casos do prefeito e vereador),
proibição de contratar com o Poder Público, ressarcimento ao erário entre
outras sanções impostas pela Lei nº 8.429/92.
Além dos políticos, as
outras duas pessoas citadas na ACP seriam a esposa do vereador investigado e a
mãe de um ex-secretário municipal de obras, apoiador político do atual prefeito
nas eleições municipais de 2016. “Referidos fatos já denotam um possível
direcionamento e utilização do pagamento de aluguel, através de dispensa, em
favor de apadrinhados políticos” destaca um trecho da ACP. Na ação o MPMG
indaga: teria o membro do Poder Legislativo Municipal a independência, a lisura
e a autonomia de fiscalizar o prefeito diante dessa peculiar contratação?
Conforme a ACP, os fatos
vieram ao conhecimento do Ministério Público por meio das redes sociais e um
Inquérito Civil (IC) foi instaurado para apurar as possíveis irregularidades.
As investigações realizadas confirmaram as notícias e demonstraram que os
procedimentos de dispensa de licitação, para locação de alguns imóveis pelo
município, foram montados de maneira fraudulenta. Um deles teria sido locado
por mais do que o dobro do valor de mercado, durante pouco mais de um ano.
Segundo o Ministério
Público, “tais procedimentos realizados pelo município de Janaúba, com apoio do
atual prefeito, tiveram o objetivo de dar um falso ar de legalidade nos atos
ímprobos praticados, com nítido desvio de finalidade, objetivando favorecer
seus apadrinhados políticos.
Para a Promotoria de
Justiça de Janaúba, “a abertura do processo de dispensa, o parecer de
justificativa, a assinatura do contrato, emissão da Nota de Autorização de
Fornecimento, emissão da nota de empenho, avaliação do imóvel, parecer jurídico
e a dispensa de licitação ocorreram em velocidade incomum para os padrões
burocráticos municipais, a sugerir que o procedimento foi apenas montado. Uma
das dispensas e todo o trâmite foi realizado no primeiro dia de mandato do
atual prefeito”, destaca a ação por improbidade administrativa.
As investigações
demonstraram ainda que um dos imóveis locados pelo município, que seria
utilizada como depósito, tinha função residencial e estava em péssimo estado de
conservação. Na ação é ressaltado pelo Ministério Público que o município
dispunha de outras opções para tal propósito.
De acordo com a
Promotoria de Justiça, “o MPMG encaminhou à Câmara Municipal de Janaúba cópia
do IC para as apurações devidas, uma vez que os fatos narrados podem implicar,
inclusive, em perda do mandato, conforme Lei Orgânica Municipal e regimento
interno do Câmara”. (Fonte: Ascom/MPMG)
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