CAVALGADA ACONTECE HÁ QUASE UMA DÉCADA E OFERECE CONDIÇÕES PARA O
TURISMO RURAL E O ECO TURISMO
Foto Paulo Henrique
Há quase uma década o grupo realiza a cavalgada com
duração de três dias pelo campo.
NOVA PORTEIRINHA (por
Oliveira Júnior) – Os acordes da viola sendo iluminado pela lua e intercalados
pelas prosas imaginando que pouco tempo adiante ainda sem o testemunho dos
raios solares será hora de colocar o arreio no cavalo e partir pela estrada
para uma longa e gratificante caminhada. Isso é um pouco do cenário vivenciado
por um grupo de amigos de Nova Porteirinha e de Janaúba durante uma cavalgada
pela região.
Eles seguiram para
Montes Claros no final da primeira semana deste mês conduzindo os animais num
veículo, já que a cavalgada inicia nessa cidade com destino à Janaúba e Nova
Porteirinha. O veículo automotor fica para trás. Pelo caminho do mato seguiram
os cavaleiros em ritmo cadenciado proporcionando momento de apreciar a
tranquilidade no campo, além de evitar acidentes no percurso.
Foto Paulo Henrique
Henrique Alves e colegas durante a cavalgada de
Montes Claros a Janaúba e Nova Porteirinha.
Do ponto de partida à
chegada são 182 quilômetros – pela estrada asfaltada, BR-251 e BR-122, a distância
é de 135 quilômetros. A cavalgada não é uma competição de velocidade, mas de
resistência. “É uma maneira de reunir os amigos e manter a tradição dos
tropeiros”, resumiu o servidor público Paulo Henrique Alves Martins que apesar
de ser um dos mais jovens do grupo é um exímio participante de cavalgadas pelos
rincões do Norte de Minas.
Cada participante leva
dois cavalos os quais passam por revezamento. Neste ano o misto de esporte e
aventura contou com 8 cavaleiros com idade entre 22 e 50 anos. Ao longo do
trajeto o que se nota é a vontade coletiva em superar os desafios. No lombo do
cavalo segurando as rédeas, Henrique e seus colegas analisam o que se tem pela
frente, por mais que o caminho seja conhecido. Esse procedimento é para encarar
com tranquilidade os possíveis momentos difíceis. O grupo deparou com árvores
caídas na trilha. Uma parada para desobstruir o caminho.
Foto Paulo Henrique
Parada para proceder a retirada de parte de árvore
caída nas trilhas: abrindo o caminho.
Atrás da comitiva segue
uma carroça na qual estavam os mantimentos. Uma parada para relaxar e,
evidentemente, se alimentar. A janta e o pernoite foram nas imediações da
cidade de Capitão Enéas e do distrito de Quem Quem, no município de Janaúba. A
labuta pelas trilhas se estendia de 6h da manhã até 10 horas da noite. Antes de
dormir, os cavaleiros faziam uma análise da cavalgada e se alegravam com as
prosas e as modas de viola.
Ora no mato, ora
passando pelos córregos e vazantes. Lá estavam os cavaleiros com os animais.
Eles foram muito bem recebidos pelas comunidades. Crianças e adultos acenavam
para os participantes da cavalgada que naquela ocasião “quebravam” a rotina da
localidade.
Foto Paulo Henrique
Momento de descontração durante a cavalgada que segue por trilha próxima às
rodovias BR-251 e BR-122.
De novo com os pés nas
estradas (no caso dos cavalos, os cascos pisavam em diferentes solos) o grupo
se aproximava do ponto de chegada para concluir mais uma edição dessa cavalgada
que é realizada desde 2010. Ah, também há momentos de descontração. O pneu da
charrete furou. Enquanto essa situação era resolvida, alguns dos cavaleiros não
hesitaram em sentar e deitar ao lado de uma árvore...um cochilo, pronto, prato
cheio para as brincadeiras dos colegas. Tudo na paz e fraternidade.
A cavalgada chegando ao
fim e os registros fotográficos e filmagens mantêm firme essa tradição regional
que oferece condições para o turismo rural e o eco turismo.
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