Esposo abandonou o serviço para acompanhar o
filho no hospital e paga do próprio bolso pelo transporte até o abrigo
“Uma amiga pegou a minha roupa para lavar”,
desabafou Vanderléia que fica a maior parte do dia no hospital acompanhando o
filho
Vereadores pressionam essa situação e querem
menos burocracia na liberação de recursos para ajudar famílias das vítimas do
incêndio
JANAÚBA
(por Oliveira Júnior) – “Esta semana estava sem roupa limpa para vestir. Mas, a
amiga da ex-patroa da minha irmã pegou a roupa e levou para a lavanderia e
depois a trouxe limpa”. Essa declaração é de Vanderléia que há dois meses
acompanha o filho Gabriel Carvalho de Oliveira no Hospital João XXIII, em Belo
Horizonte. O menino é vítima do trágico incêndio na creche municipal Gente
Inocente, fato ocorrido no dia 5 de outubro deste ano no bairro Rio Novo, em
Janaúba.
Vanderléia
praticamente mora no hospital. Em alguns momentos ela divide a vigília com o
marido, este percorre a capital mineira num ônibus entre o hospital e o abrigo
que lhe foi proporcionado. O transporte é custeado pelo esposo de Vanderléia
ainda com a sobra do dinheiro após pedir demissão do emprego para ajudar a
mulher no acompanhamento de Gabriel que teve parte do corpo queimado no incêndio.
O
casal conta com o apoio da família em Janaúba que cuida do outro filho, um
menino de 9 anos. Vanderléia sente falta do filho mais velho. “Se tivéssemos um
lugar mais perto do hospital para ficar, traria ele”, disse Vanderléia em
conversa com o presidente da Câmara Municipal de Janaúba, vereador Adauri
Soares Cordeiro, nesta terça-feira, dia 5 de dezembro, em Belo Horizonte.
Adauri e outros vereadores, dentre eles Jorge Santos Souza (Jorginho Paraguai),
que foram à capital mineira para averiguar a situação dos familiares das três
vítimas que ainda encontram hospitalizadas no João XXIII. Nessa unidade
hospital estão duas crianças e uma funcionária da creche. Já na Santa Casa de
Montes Claros tem duas crianças ainda sob os cuidados médicos.
De
acordo com o presidente da Câmara é preciso que haja agilidade com relação à
liberação de recursos para assistir as vítimas e as famílias das vítimas diante
das necessidades que as mesmas enfrentam com relação ao tratamento.
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