Foto Oliveira Júnior
Ana Pereira Neta, a
Naninha, prefeita de Botumirim eleita no ano passado com quase 64% dos votos
válidos.
BOTUMIRIM
(por Girleno Alencar) – A prefeita Ana Pereira Neta, com a experiência de ser
profissional da área de assistência social e ainda ex-presidente do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Botumirim, é a favor da criação do Parque Estadual,
mas desde que sejam assegurados os direitos das famílias a serem
desapropriadas, para não repetir o erro ocorrido na criação da Usina
Hidrelétrica de Irapé, onde as famílias foram assentadas distante do seu
habitat, outras receberam baixa indenização e perderam a fonte de
sobrevivência. Um dos exemplos dessa situação foi a comunidade de Ouro Podre,
que foi retirada dali e levada para Bela Vista e até mesmo para o município de
Janaúba e como mexiam com a lavoura, foram induzidas a criar gado, mas tudo deu
errado. As famílias que foram levadas para Cristália retornaram a Botumirim e
perderam o vínculo.
Foto Silvana Mameluque
Em entrevista, a
prefeita Naninha, de Botumirim, defende ações justas na implantação do parque
estadual.
Na
concepção da prefeita, ainda tem o dano ambiental causado pelo despejo da rede
de esgoto no leito do rio Noruega, em falha cometida pela Copanor, a estatal de
água e esgoto subsdiária da Copasa. É que na época da construção da Estação de
Tratamento de Esgoto, ela foi dimensionada de forma errada e com isso, trata
apenas de 60% do esgoto produzido na cidade e despeja 40% do material no leito
do Noruega, que é um dos principais rios de Botumirim.
A
prefeita explica que existe unanimidade em lutar pela preservação ambiental,
ainda mais nessa época de estiagem, onde a seca causa danos, mas tem de ser
observado o aspecto social das famílias. Um aspecto que chama a atenção dela é
o que o parque seria criado com 20 mil hectares e, depois, foi ampliado para 37
mil hectares e, com isso, tem mais de 20 mil famílias na comunidade de São
Domingos, perto da cidade, que seria afetada diretamente. No território do
parque serão 80 famílias ao todo.
O
padre Edvan Rodrigues, de Botumirim, entende que a criação do parque estadual é
fundamental e necessário, tendo em vista sua relevância, riqueza e potencial,
mas lamenta que o povo não tenha usado de forma sustentável e com isso, tenha
provocado os danos ambientais. Ele defende que além da criação, se faça uma
ação de educação ambiental. O secretário executivo dos Fóruns Regionais do
Território Norte, Sued Kennedy, que está na expedição, afirma que o Estado tem
ficado atento ao processo de criação do parque e, por isso, será realizada uma
reunião com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Instituto Estadual de
Florestas para discutir de forma democrática o assunto. Além disso, o documento
retirado na expedição subsidiará as decisões do Estado.
(Fonte:
jornal Gazeta Norte Mineira, edição de 11 de setembro de 2017)
***O
Jornalista Oliveira Júnior fez parte da 5ª Expedição Caminhos dos Geraes a
convite do Instituto Grande Sertão, Fundação Genival Tourinho e da Secretaria
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Montes Claros.
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