DADOS
DA ANA MOSTRAM QUE NO NORTE DE MINAS TENHAM 10 MIL POÇOS CADASTRADOS E OUTROS
30 MIL POÇOS CLANDESTINOS
MONTES
CLAROS (por Girleno Alencar) – O Norte de Minas está se transformando em
“tabuleiro de pirulitos”, pois têm, aproximadamente, 40 mil poços artesianos
perfurados, sendo que 2/3 (dois terços), algo em torno de 30 mil poços, são
clandestinos. A principal consequência disto é que está sendo extraída muita
água subterrânea, conforme alerta de Leonardo de Almeida, coordenador de Água
Subterrânea da Agência Nacional de Águas (ANA), ontem, terça-feira, dia 26 de
setembro, no
Seminário “Água Potencial Hídrico do Norte de Minas”, realizado pela Sociedade
Rural de Montes Claros e que reuniu 220 produtores da região.
Leonardo
de Almeida apresentou os Estudos
Hidrogeológicos na Região Hidrográfica do São Francisco e a Questão do Verde
Grande, quando enfatizou que, na região formada pelo Norte de Minas e Bahia,
são 25 mil poços legais e 70 mil ilegais.
Na abertura do evento, o presidente
da Sociedade Rural, José Luiz Veloso maia, mostrou que a água de superfície
está exaurida no Norte de Minas, pois o rio Verde Grande está servindo de
trilha para o motocross na região de Jaíba, assim como os rios Quem Quem, em
Janaúba, e Mosquito, em porteirinha, que são relevantes, acabaram por completo.
A solução passou a ser as águas
subterrâneas, que esbarra na exploração excessiva e sem limites. "Fiquei
assustado com os dados da ANA de que temos de 20 mil a 25 mil poços
cadastrados. Para cada um, existem em média três poços clandestinos, o que
daria uma média de 70 mil poços", afirma o presidente da entidade
ruralista.
O coordenador da ANA, Leonardo de
Almeida, explica que somente no rio Vieira são cadastrados 1.120 poços em
Montes Claros, enquanto no Vale do São Francisco, mais de 21 mil poços na área
do Norte de Minas e Bahia. Somente no Norte de Minas são 10 mil poços
cadastrados, sendo que a média é de três poços clandestinos para cada
cadastrado, o que deixaria o Norte de Minas com 40 mil poços. Na Bahia, são 11
mil poços, sendo uma média de cinco poços clandestinos para cada cadastrado, o
que faria um total de 66 mil poços.
Leonardo de Almeida lamenta a falta de
informações da realidade, mas que precisa ser assinado o sinal de alerta, pois
coloca em risco esse acervo. Sua estimativa é que se persistir a atual
situação, o aqüífero suportará mais de 10 anos de extração. (Fonte: jornal
Gazeta Norte Mineira)
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