Cargo continua com indicação do PSB do Nordeste, mas mudança foi uma
vingança para (deputado) quem votou contra Temer
Foto Oliveira Júnior
Kênia Marcelino, então presidente da Codevasf,
esteve em Nova Porteirinha no dia 31 de janeiro de 2017.
BRASÍLIA-DF (por
Oliveira Júnior*) – A zootecnista Kênia Régia Anasenko Marcelino não é mais
presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf). Desde segunda-feira, dia 14 de agosto, a companhia passou a ser
presidida pelo economista Antônio Avelino Rocha de Neiva. Os dois são afilhados
de lideranças do mesmo partido, o PSB do Nordeste brasileiro. No entanto, a
alteração é a demonstração de retaliação do governo brasileiro àqueles que
pretendiam a investigação e possível saída de Michel Temer (PMDB) da
presidência da República.
Funcionária da Codevasf
desde 2003, Kênia Marcelino tem 44 anos e havia tomado posse no cargo em 18 de julho
de 2016, sendo a primeira mulher a comandar o órgão nos 43 anos de história da
Codevasf. No entanto, ela foi exonerada da presidência na sexta-feira, dia 11
de agosto. Já Antônio Avelino Rocha tomou posse no cargo nessa segunda-feira,
14.
O governo comprou uma
briga com parlamentares do Nordeste ao trocar o comando da Codevasf. Ao nomear nessa
segunda-feira, 14, um indicado da bancada de dissidentes do PSB, apadrinhado
pelo deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), para a presidência da estatal, Temer
desagradou a parte dos governistas nordestinos que desejam ocupar a vaga dos
socialistas. O presidente exonerou Kênia Marcelino e colocou, em seu lugar,
Antonio Avelino Rocha.
Kênia era afilhada do
senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que integra a ala dos socialistas
que apoiam o desembarque do governo. O filho do senador, deputado Valadares Filho
(SE), votou a favor da admissibilidade da denúncia por corrupção passiva
encaminhada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. (*com agências)
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