COM REPORTAGEM DA INTERTV, GLOBO RURAL MOSTRA O DRAMA DA SECA EM
JANAÚBA, NOVA PORTEIRINHA E NO NORTE DE MINAS
Reportagem da jornalista
Ana Carolina Ferreira, da InterTV Grande Minas, para o Globo Rural, da TV
Globo, mostra que em Janaúba e em Nova Porteirinha, no Projeto Gorutuba, a
fruticultura tem sido mantida com ajuda de poços artesianos. Isso porque a
barragem do Bico da Pedra que abastece o projeto chegou ao nível mais baixo
desde a década de 1970: 16%. “Se chegar ao volume morto, corre o risco de
interromper a irrigação", alerta Ricardo Carneiro, gerente do distrito de
irrigação.
Situação que tem tirado
o sono do agricultor José Gonzaga, que é presidente da Câmara de Vereadores de
Nova Porteirinha. Ele é produtor de banana e a lavoura tem quatro hectares. A
propriedade dele, durante o racionamento, fica até dois dias sem receber água.
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Estiagem mata milhares
de animais e deixa as lavouras improdutivas
GUARACIAMA (por Ana
Carolina Ferreira) - Milhares de animais perdidos e lavouras que não vingaram.
Essa é a situação do norte de Minas Gerais e do Vale do Jequitinhonha, que
enfrentam cinco anos de seca.
É de ponto de captação
de água, próximo ao centro de Montes Claros, norte de Minas, que o caminhão
pipa abastece para suprir as necessidades da zona rural. A média de viagem tem
sido de 200 quilômetros por dia. Pela primeira vez, na história do município,
foi montada uma operação pipa para socorrer produtores rurais. São vinte
comunidades em situação crítica.
O produtor rural
Gilberto Soares dos Santos nunca passou tanta dificuldade. A água que recebe é
somente para o consumo da família dele e dos animais que ainda vivem na
propriedade. "Não tem como plantar, não tem água, não tem irrigação, nem
chove como antigamente. E a gente tá recorrendo à cidade mesmo para ir
trabalhar", comenta.
A dificuldade em ter
acesso à água já levou 122 municípios no norte de Minas e Vale do Jequitinhonha
a decretarem estado de emergência, segundo a defesa civil do estado. A Emater
fez um levantamento do panorama da seca na região.
Das pastagens que
sustentariam o gado, 75% se perderam. O rebanho que era de três milhões e meio
de cabeças, no momento não passa de um milhão e oitocentas mil. A expectativa
de colheita de grãos era de 500 mil toneladas, 75% foram perdidas.
No levantamento feito
pela Emater, um problema causa grande preocupação. Dos 2.250 cursos d’água
mapeados, 70% já secaram definitivamente ou pararam de correr por um tempo. E
essa falta de acesso a água faz com que os produtores rurais invistam em poços
artesianos, e isso acaba sobrecarregando o lençol freático.
"Pouca chuva, mal
distribuída... Os lençóis freáticos não estão sendo recompostos. Nós precisamos
pensar em medidas de médio para longo prazo", declara José Carlos Dias
Santos, técnico agrícola.
Em Janaúba, no Projeto
Gorutuba, a fruticultura tem sido mantida com ajuda de poços artesianos. Isso
porque a barragem do Bico da Pedra que abastece o projeto chegou ao nível mais
baixo desde a década de 1970: 16%. “Se chegar ao volume morto, corre o risco de
interromper a irrigação", alerta Ricardo Carneiro, gerente do distrito de
irrigação.
São 3.906 hectares de
área irrigada. Situação que tem tirado o sono do agricultor José Gonzaga, que é
presidente da Câmara de Vereadores de Nova Porteirinha. Ele é produtor de
banana e a lavoura tem quatro hectares. A propriedade dele, durante o
racionamento, fica até dois dias sem receber água. "A gente até inclusive
optou por abrir um poço artesiano na propriedade, tendo em vista que com o poço
consegue manter pelo menos em partes o que vinha sendo produzido", diz.
Não há previsão de boas
chuvas para essas regiões nos próximos quinze dias, segundo a Climatempo.
Lembrando que nessa época do ano é normal chover pouco. (Fonte: Globo Rural, 21 de maio de 2015)
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