O TRANSPORTE ESCOLAR NÃO IRÁ RETORNAR NA
SEGUNDA-FEIRA, 1º DE AGOSTO, POR CAUSA DA FALTA DE PAGAMENTO DO ESTADO
MONTES CLAROS (por Girleno Alencar) – Os prefeitos de
33 municípios do Norte de Minas decidiram decretar calamidade financeira, em
decisão tomada ontem, quinta-feira, dia 28 de julho, durante reunião conjunta
das duas entidades municipalistas da região, no auditório Deputado Aécio da
Cunha Neves, da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams). A
proposta foi apresentada pelo prefeito Yuji Yamada, de Janaúba, que mostrou a
dificuldade financeira para honrar os compromissos. Na mesma reunião ficou
definido que as prefeituras não retomarão o transporte escolar a partir de
segunda-feira, 1º de agosto, quando começa o segundo período letivo, por causa
da falta de repasses do Estado.
A reunião causou polêmica, pois o prefeito Luiz Flávio,
de Santa Fé de Minas, lamentou que os prefeitos estejam vivendo essa crise, já
que em seu município não tem esse problema. Citou que ao tomar posse exigiu que
as concessionárias do transporte escolar reduzissem R$ 1,00 pelo quilômetro
rodado. O prefeito Joaquim Kincas Neres, de Salinas, apontou a dificuldade de
deixar os alunos sem transporte escolar, pois isso será explorado pela
oposição. Vários prefeitos pediram para não retornar as aulas na segunda-feira
e se queixaram da postura do Estado de apenas protelar o repasse.
O prefeito Hermelino Manoel Malaquias, de Curral de
Dentro, mostrou os dados: gasta R$ 80 mil com o transporte escolar e recebe
apenas R$ 35 mil. Só recebeu dois meses neste ano, e ontem completaram quatro
meses de atraso. Por isso, quer acompanhar os outros prefeitos e não retornar
na segunda-feira. No município de Francisco Sá, o prefeito Denilson Silveira
salientou que está decidido: não retoma o serviço se até segunda-feira não
pagarem dois meses, pois os vencedores da licitação é que não concordam em
trabalhar sem receber.
Ainda na reunião foram tomadas outras medidas: irão acionar o Ministério Público para mostrar o relato da situação e pedir a
ajuda, visando pressionar o Governo a repassar os recursos; fazer manifestação
em Belo Horizonte para sensibilizar a comunidade das dificuldades vividas pelos
municípios e por fim, se reunir com toda bancada mineira para pedir apoio a
pressionar o Governo. A calamidade financeira é um ato legal e desde o mês de
março passado foi implantado por 14 municípios do Triângulo Mineiro. (Fonte:
jornal Gazeta Norte Mineira, edição de 29 de julho de 2016)
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