MONTES
CLAROS (Por Nairlan Clayton Barbosa) – O governo estadual enviou à Assembleia
Legislativa de Minas Gerais projeto de reforma administrativa que pretende
economizar R$ 1 bilhão ao ano. Entre as propostas está a extinção da secretaria
de Desenvolvimento Econômico (Sede) e outras seis unidades da administração
estadual. No campo das fundações, serão extintas a Ruralminas e a Hidroex.
A
proposta prevista no Projeto de Lei 3.510/16, do governador, será tema da
audiência pública conjunta das Comissões de Agropecuária e Agroindústria e de
Assuntos Municipais e Regionalização nesta quarta-feira, dia 22 de junho, às 14
horas, no Auditório da ALMG.
Vinculada
à secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Ruralminas é
responsável por planejar e executar projetos de logística de infraestrutura e
de engenharia para o desenvolvimento social e econômico do meio rural. O
projeto estabelece que a Seapa e Seda
passarão a exercer as finalidades da Fundação Rural Mineira.
Conforme
o texto, os direitos dos servidores efetivos integrantes da atual estrutura
serão preservados, sendo que os cargos das carreiras de analista de
desenvolvimento rural, técnico de desenvolvimento rural e auxiliar de desenvolvimento
rural serão lotados na Sede. A proposição tramita em regime de urgência.
No
Norte de Minas, entidades de classe se manifestaram sobre a possibilidade de
extinção da Ruralminas. Para Ricardo Laughton Quadros, presidente do Sindicato
Rural de Montes Claros e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária
do Estado de Minas gerais (Faemg), por exemplo, o governo estadual está indo na
contramão dos produtores, especialmente os norte-mineiros. José Aparecido
Mendes, diretor licenciado da Faemg e presidente licenciado da Associação dos
Sindicatos dos Produtores Rurais do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha
(Aspronorte), reforça a colocação de Ricardo.
“É
frustrante para o produtor saber que um dos órgãos que o ampara esteja em
processo de extinção. Acaba uma Fundação quando na verdade o Estado deveria
estar fortalecendo, além da própria Ruralminas, outras instituições que servem
ao produtor, como a Epamig, Emater e IMA”, afirma Ricardo Quadros.
Ele
também diz que quem mais perde são os produtores do Norte do estado, em função
do semiárido ser uma região que por si só traz dificuldades e necessita
regularmente da assistência dos órgãos estaduais.
“O
produtor norte-mineiro enfrenta, por décadas, problemas que vão desde o plantio
até a pecuária, tem sofrido prejuízos em decorrência do fator climático. A
Fundação Rural Mineira promove o desenvolvimento regional sustentável com
dignidade para os produtores, especialmente os menores. Acabar com isso é
retirar mais uma ferramenta importante de sustentação das mãos do produtor
norte-mineiro, região desprezada culturalmente”, concluio dirigente da Faemg.
BENEFÍCIOS
Os
setores do governo estadual, no entanto, veem como benéfica a chamada reforma
administrativa. O presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas
Gerais (Codemig), Marco Antônio Castello Branco, em entrevista, assegurou que
ela será benéfica ao crescimento da economia mineira.
Sobre
a extinção da Sede, ele informou que Comitês estarão assumindo a criação dos
projetos que beneficiem ao agricultor, restando a empresas como a Codemig, a
qual dirige atualmente, a execução desses projetos junto as Associações e os
produtores do Estado.
“Existe
aí um equívoco grande. A Sede, por exemplo, está sendo extinta. As políticas
públicas a cargo da secretaria de Desenvolvimento Econômico serão absorvidas na
formulação e coordenação pelos Comitês Temáticos. Os Comitês Temáticos, como o
de desenvolvimento econômico e desenvolvimento sustentável, segurança pública,
por exemplo, respondem diretamente ao gabinete do governador’, esclarece Marco
Antônio.
De
acordo com o executivo, do Comitê Temático de Desenvolvimento Econômico e
Sustentável fazem parte o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que
propõe crédito, a Codemig, que ajuda na instalação, a secretaria de Fazenda,
que cuida da gestão tributária, a de Meio Ambiente, que vai ajudar na questão
do licenciamento, a secretaria de Turismo, a de Ciência e Tecnologia. (Fonte: O
Norte, 22/06/2016)
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