NANUQUE (por Juliana Baeta) – Foi publicada nessa
segunda-feira, dia 2 de maio, no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
(TJMG), a decisão liminar que obriga o município de Nanuque, no Vale do Mucuri,
a suspender qualquer aumento ou reajuste de vencimento dos servidores
municipais, além de não poder contratar mais pessoal a qualquer título salvo
para reposição recorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores nas
áreas de educação, saúde e segurança.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a
medida é para limitar os gastos ao que determina a Lei de Responsabilidade
Fiscal, até que as finanças do município sejam normalizadas.
O prefeito Ramon Ferraz Miranda explica que os gastos
ultrapassaram o orçamento devido a ações judiciais. “O sindicato da cidade
entrou com uma ação que culminou em um mandado de junção corrigindo 10 anos de
defasagem salarial. Isso somado ao aumento salarial e o fato de o município
pagar o piso do magistério contribui para o aumento das nossas despesas”,
disse.
“Então, o que acontece é que após essas correções nós
passamos de R$ 1,2 milhão de gastos para R$ 2,7 milhões, por isso o meu índice
está acima. Mesmo assim cortei funcionários para baixar esse índice para R$ 2,3
milhões. Ou seja, sem contratar ninguém a minha folha dobrou por causa dessas
ações judiciais. Sem falar que por causa da crise, a arrecadação total do
município, que era em torno de R$ 5 milhões, caiu para R$ 3,9 milhões. Com isso
tenho o custo de R$ 1 milhão a mais com pagamento de salário e estou governando
com R$ 2 milhões a menos”, completa.
Segundo o prefeito, em conversa com o setor jurídico
da prefeitura ele só conseguiria diminuir esse índice para o exigido se
fechasse escolas e diminuísse funcionários da saúde, o que acarretaria também
em prejudicar os programas de saúde que exigem um número certo de funcionários.
Sem os programas, os recursos referentes a eles também parariam de chegar ao
município.
“Eu não posso fechar os programas, eu não posso deixar
de cumprir o mandado de junção que aumenta todo ano, e eu não contratei nenhum
funcionário a mais. Estou num mato sem cachorro”, disse, ainda.
O gestor do município, que tem 15 dias para recorrer a
partir do dia da decisão, 28 de abril, está preparando um relatório com os
gastos do município para apresentar ao juiz e justificar o aumento do índice de
gastos permitido pela lei. (Fonte: O Tempo)
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