- Prefeitura
deve à previdência municipal e quer parcelar débito parcelado que está em
atraso;
- Tribunal de contas volta a analisar prestação de contas de
2009 da previdência dos funcionários da Prefeitura de Janaúba
JANAÚBA
(por Oliveira Júnior) – Criado há mais de 15 anos, o Instituto de Previdência
dos Servidores Públicos Municipais de Janaúba (Previjan) convive nos últimos
anos com uma situação preocupante. Tem algo em torno de R$ 10 milhões a receber
da prefeitura, porém não há nenhuma perspectiva de que essa dívida seja sanada
a considerar que o executivo não vem cumprindo as obrigações referentes a
parcelamento anterior de dívida. O instituto ainda contabiliza o desfalque de
R$ 300 mil por um ex-funcionário e se ver com a possibilidade da prestação de
contas de 2009 ser rejeitada pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.
Foto
Oliveira Júnior
Vereador Carlos Isaildon Mendes: desleixo da prefeitura no
cumprimento dos parcelamentos.
O
conselheiro Wanderley Ávila, do TCEMG, solicitou vista ao processo sobre a
prestação de contas do Previjan referente ao ano de 2009 quando o instituto era
presidido por Deraldino Rodrigues da Silva. Em julho do ano passado a
Procuradoria do Ministério Público de Contas havia opinado pelo reconhecimento
da prescrição da pretensão punitiva. Porém, no mês seguinte o conselheiro José
Alves Viana decidiu revê o processo que agora passa para análise do conselheiro
Wanderley Ávila.
No
dia 29 de dezembro passado, o prefeito de Janaúba, Yuji Yamada, encaminhou à
Câmara Municipal dois projetos de lei propondo a negociação de débito entre a
prefeitura e o Previjan. Um dos projetos trata do parcelamento de dívida no
prazo de 60 meses (5 anos). A outra proposição é pelo parcelamento de um
parcelamento em vigência. Os projetos de lei foram distribuídos às comissões
permanentes da Câmara na reunião extraordinária do dia 18 de janeiro.
Os
vereadores desde então analisam a solicitação do prefeito. Não há previsão de
quando a matéria será votada, mas pelo que foi demonstrado na reunião ordinária
de ontem, segunda-feira, 1º de fevereiro, o caso está sendo tratado com cautela
diante da complexidade do executivo em cumprir as normas expressas na
renegociação. O presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Tomada de
Contas, vereador Carlos Isaildon Mendes, foi taxativo no pronunciamento feito ontem.
“O mais grave é que (a prefeitura) deixou de pagar os valores anteriores com
valores menores, de R$ 8 mil, R$ 10 mil”, alertou o vereador ao acrescentar
“por que ficar inadimplente com valores tão pequenos?”. Isaildon entende que o
aceitável seria preservar a adimplência do que está negociando
O
presidente da Comissão de Finanças mencionou que até pouco tempo o caixa do
Previjan era em torno de R$ 23 milhões, no entanto esses valores foram
reduzidos drasticamente devido ao não repasse por parte do executivo municipal.
A dívida da prefeitura com o instituto, conforme consta no projeto, seria de R$
9,001 milhões. “Não se pagou nada em dezembro e nem em janeiro”, frisa o
vereador Carlos Isaildon para quem, de acordo com os cálculos da previdência
municipal, a dívida aproxima de R$ 10,5 milhões isso porque não foi inserido o
valor em torno de R$ 1,5 milhão do que foi descontado dos funcionários.
“Penso
que o não pagamento da parte funcional, o que foi descontado, não merece nem
que a gente comece a analisar porque é inadmissível essa inadimplência”,
declarou o presidente que convocou para, ainda esta semana, nova reunião da
Comissão de Finanças no sentido de aprofundar o caso para, assim, emitir o
parecer sobre o parcelamento da dívida. Entretanto, Carlos Isaildon sugeriu que
os vereadores, inclusive os da Comissão de Finanças, juntamente com a
assessoria jurídica da Câmara, tenham uma audiência com os representantes do
Ministério Público da Comarca de Janaúba e, se possível, com os Promotores do
Patrimônio Público, em Montes Claros, sobre a postura a ser tomada.
DESVIO
DE DINHEIRO
O
ex-diretor do Previjan, Anderson Nunes Silva, é acusado de ter desviado mais de
R$ 300 mil (fato ocorrido há quase 10 anos). Anderson é irmão do delegado de
polícia e ex-prefeito de Janaúba, José Benedito Nunes Neto que, na época do
desvio, era vice-prefeito. Em dezembro de 2011, o promotor de Justiça Fabrício
Costa, então na Comarca de Janaúba, propôs que o acusado devolvesse o dinheiro,
que quatro anos atrás estava corrigido em R$ 379 mil, pois vários servidores
públicos ficaram prejudicados. (Fonte: Assessoria de Imprensa da Câmara
Municipal de Janaúba)
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