Fotos Flávio Silva
Imagens religiosas destruídas nesta
Quarta-Feira de Cinzas, 10 de fevereiro, em Porteirinha.
PORTEIRINHA (por Oliveira Júnior) – Equipe da Companhia da Polícia
Militar de Porteirinha realiza neste momento uma ocorrência sobre a invasão e
destruição de patrimônio. Esse fato foi nesta Quarta-Feira de Cinzas, dia 10 de
fevereiro, em que um homem entrou na Igreja São Joaquim, na cidade de
Porteirinha, aqui na região da Serra Geral, no Norte de Minas.
Ao invés de rezar, o homem decidiu provocar desordem e danos na igreja
católica. O site do jornalista Oliveira Júnior e o jornalismo da Rádio Cidade
94,5 FM obtiveram a informação é de que esse homem danificou e quebrou quatro imagens
santas (Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora
Aparecida e São José) e sete quadros da via sacra na igreja católica. O destruidor foi preso por uma equipe da
Polícia Militar.
O nome do homem não foi divulgado, mas a PM constatou que ele tenha
deficiência mental, uma vez que faria uso constante de medicamentos. Ele tem
barba, bigode, cabelos grande e veste uma camisa na qual há o nome de Jesus. O
destruidor das imagens foi levado para o quartel da PM e depois será
encaminhado para a Delegacia de Polícia de Porteirinha.
O rapaz teria retornado na
semana passada de uma clínica de recuperação, no entanto, há algum tempo ele se
encontra nessa situação diante da depressão. Ele frequentava uma igreja na qual
cantava, porém, diante da depressão e dos medicamentos antidepressivos o rapaz
adquiriu esse distúrbio mental.
HISTÓRICO DA IGREJA DE SÃO JOAQUIM
A data precisa em que foi construída a primeira Igreja
de São Joaquim é indeterminada, mas é certo que remonta, pelo menos, ao final
do século XIX, quando surge o povoado de São Joaquim de Porteirinha.
A igreja é elevada à condição de sede paroquial em 06 de
novembro de 1941, assumindo a paróquia o padre Julião Arroyo Gallo, de origem
espanhola. Com isso, a comunidade sente necessidade de ampliar a capela e
alguns anos mais tarde tem-se início a primeira grande reforma à qual seria
submetida a igreja. Essa reforma iria ocorrer no ano de 1947, após breve
ausência do padre Julião, que iria assumir a paróquia de Cafelância, no
interior do estado de São Paulo. Essa reforma alteraria a fachada principal da
Igreja, que iria ser doravante voltada para a praça São Joaquim.
Em 8 de outubro de 1953 a antiga fachada principal da
igreja seria demolida.
Em 27 de abril de 1959 tem-se início a segunda grande
reforma pela qual passou a igreja, que seria concluída em 29 de agosto de 1959.
Nessa reforma a igreja seria ampliada e ganharia a torre sineira.
DESCRIÇÃO E ANÁLISE ARQUITETÔNICA DA IGREJA DE SÃO
JOAQUIM
Edificação religiosa de grande simplicidade
arquitetônica. Desenvolve-se em corpo central com torre sineira única ao
centro, em pano mais avançado, com uma janela de coro rasgada por inteiro, com
óculo.
A torre apresenta cobertura em quatro águas vedada com
laje. Nos panos laterais mais recuados vê-se dois óculos, um em cada pano,
iguais ao da torre. Dividindo a fachada principal, marcando a altura do coro,
tem-se uma cimalha em massa.
Os espaços intervãos das fachadas laterais são
marcados por pilastras ressaltadas com cornijas no alinhamento da cimalha da
fachada principal.
As fachadas laterais possuem três vãos em verga de
arco pleno, sendo uma porta ladeada por duas janelas.
Todos os vãos recebem bandeira com bandeira fixa em
vidro e madeira encimados de frisos que acompanham a curvatura do arco das
bandeiras e, mais acima, outro friso reto.
As portas são emolduradas e vedadas em madeira
almofadada em duas folhas de abrir. As janelas são vedadas em folhas de abrir
de madeira e vidro, com veneziana em sua parte inferior. Acima das portas, nas
duas laterais, vê-se um frontão que coroa as platibandas que escondem a
cobertura.
Na fachada posterior, onde fica localizada uma pequena
capela com o sacrário, vê-se repetir a cimalha da fachada principal e uma porta
ao centro, com as mesmas características das demais portas. Coroando a fachada
tem-se uma platibanda.
A vedação das paredes é feita em tijolo e a cobertura
do corpo da igreja é feita em telhas de cerâmica francesas em duas águas
perpendiculares à praça.
O interior da igreja é simples, não apresentando
nenhuma característica que tenha grande relevância do ponto de vista
arquitetônico ou artístico.
A Igreja de São Joaquim traz a memória do povo de
Porteirinha as suas origens, uma vez que foi a primeira igreja da cidade,
surgindo quase que ao mesmo tempo que a própria Porteirinha. Daí a importância
do tombamento da edificação da Igreja de São Joaquim, o seu valor como
testemunha histórica do surgimento e desenvolvimento da cidade, garantindo a
preservação da memória religiosa e social do povo que aqui nasceu ou reside. (Fonte:
Dossiê de Tombamento/Secretaria De Educação/Gerência De Cultura).
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