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Oliveira Júnior
Gilberto Alcântara.
JANAÚBA
(por Oliveira Júnior) – 59 anos. O 60º aniversário seria no próximo dia 15 de
abril. Seria, pois na tarde dessa quinta-feira, 18 de fevereiro, ele deu o
último suspiro. Morria Gilberto Alcântara, mais conhecido por Gilbertão,
denominação essa que fazia jus à sua altura. Alto e forte, o filho do já
falecido Gilson Alcântara não suportou à enfermidade. Ele teve complicações no
organismo e...finalizou a sua missão em solo janaubense, quer dizer, gorutubano
como costumava frisar.
Naquele
dia recebi o telefonema confirmando o que havia lido na rede social numa
mensagem que até então não entendia (ou não queria acreditar) sobre o
passamento do Gilberto. Pronto. A voz grossa do Gilbertão Alcântara se calou. Não
somente a voz, os passos e o piscar dos olhos. Resumindo: ao ouvir a
confirmação do óbito logo pensei “lá se foi mais um interlocutor da minha prosa”.
Isso mesmo, não raro encontrava com Gilbertão na praça Rômulo Sales de Azevedo
(do quiosque da Kibom) ou nas proximidades da mesma. Sempre o diáologo tinha a
participação do advogado José Erlando Carvalho, grande e fiel amigo de
Gilbertão. Aliás, põe amigo nisso. Pela convivência e sempre andarem juntos e
prosearem, podia se dizer que José Erlando e Gilbertão eram irmãos.
É
claro que essa fraternidade e amizade não impedia que um discordasse do outro.
Digo isso porque quando os encontravam e imaginava que seria apenas um
cumprimento ou o diálogo de poucas palavras, ficavam minutos e até mais de uma
hora conversando e divergindo. O Gilberto se posionava como um autêntico
petista, pelo sim ou pelo não. Ele seguia à risca a regra de um filiado do
partido e até se dizia que estaria disponível para ser candidato a deputado ou
a prefeito de Janaúba, caso o PT não tivesse nome para a sucessão municipal.
Apesar
do contratempo ocorrido em tempos passados na vida pessoal e social que
resultou em tragédia – nunca o indaguei sobre isso – Gilbertão Alcântara seguia
a vida no empreendimento imobiliário e também na condição de liderança
partidária. Quase sempre nas nossas conversas ele mencionava o empenho junto ao
Luiz Dulci, que foi Ministro Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
República na gestão dos presidentes Lula e Dilma Rousseff, pela implantação de
uma unidade do Instituto Federal (IFNMG) em Janaúba e de outros benefícios para
o município e região, caso da melhoria e possível duplicação da BR-122, que
liga a BR-251 em Montes Claros com o estado da Bahia, passando por Janaúba,
Porteirinha e Espinosa.
Mesmo
com a sua partida eterna, Gilbertão presenciou um dos seus pedidos ser
atendido, o Instituto Federal. Porém,
não mais cumprirá fisicamente a atribuição de ir buscar e levar o jornal para a
sua mãe, dona Sinhá, lê. E tão pouco estará na linha de frente de uma das
tendências do PT de Janaúba, inclusive na eleição deste ano. O partido perdeu, literalmente,
uma grande força. Alto e forte, mas sensível ao entendimento.
Vá
em paz, Gilberto Alcântara. Valeu, Gilbertão!
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