Imagem Bruno Barbosa de Jesus
Após a caminhada com
cantos e orações, as fiéis derramaram água no cruzeiro onde foram depositados
flores e ramos de folhas.
JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – Nos anos 70 era comum
os moradores de Janaúba saírem da igreja do Bom Jesus, na praça Dr. Rockert, e
caminhando até à praça da estação ferroviária onde havia um cruzeiro, marco de
orações. A caminhada tinha uma finalidade, pedir a Deus por chuva na cidade e
região.
Foto Bruno Barbosa de Jesus
Penitência reuniu
crianças, adolescentes e idosas da comunidade de Baixa da Colônia I: pedindo
chuva.
Com garrafas vazias, ramos de folhas e orações, os janaubenses e gorutubanos seguiam debaixo de sol e de alta temperatura pela avenida Brasil, que não tinha pavimentação, até o cruzeiro onde as orações eram intensificadas. Até que houve chuva. Anos depois, o cruzeiro foi transferido para o cemitério da Saudade.
E nos últimos anos, diante da predominância da seca,
essa tradição católica tem sido praticada pelos janaubenses. O fato mais
recente ocorreu na quarta-feira, dia 11 de novembro, na comunidade de Baixa da
Colônia I, em Janaúba. Crianças, jovens, adultos e idosas se uniram e partiram
para a penitência. Carregando garrafa com água, ramo de folhas e crucifixo, os
fiéis oravam e clamavam pela chuva para minimizar o drama da população deste e
dos demais municípios do Norte de Minas, região onde há escassez de chuva há
meses.
Imagem Bruno Barbosa de Jesus
Penitência pela chuva em
Janaúba teve a participação de crianças e idos
A penitência foi realizada na própria comunidade de
Baixa da Colônia e teve a participação de aproximadamente 20 mulheres, desde
crianças até idosas. Algumas delas providenciaram um pano para proteger a cabeça
e o rosto dos raios solares e da alta temperatura, acima dos 38 graus
centígrados, registrada nos últimos dias.
Foto Bruno Barbosa de
Jesus
Concentração da caminhada das moradoras da comunidade
Baixa da Colônia I, em Janaúba, com orações pela chuva na região.
A penitência foi encerrada justamente
num cruzeiro na própria comunidade onde foram depositados as flores e os ramos
de folhas e ainda teve o banho do cruzeiro pela água transportada em garrafas
durante a caminhada.
Essa atitude dos moradores da Baixa da Colônia I
reforça a fé dos janaubenses nesse período devido à falta de chuva o que
provoca a redução drástica da água nos poucos recursos hídricos ainda
“sobreviventes”.
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