JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – Mais de 70% das pastagens perdidas e a
mortalidade de milhares de bovinos são as consequências da seca no Norte de
Minas. Diante dessa situação que tem causado prejuízos à agropecuária da
região, o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Norte de Minas e do
Vale do Jequitinhonha (Aspronorte), José Aparecido Mendes Santos, cobra do
governo, tanto o mineiro quanto o federal, ações para minimizar os efeitos da
seca na região. O presidente da Aspronorte deverá ter uma audiência com o
governador de Minas, Fernando Pimentel, na próxima semana.
Foto A.I./SRJ
José Aparecido Mendes Santos, presidente da Aspronorte.
JANAÚBA (por Oliveira
Júnior) – Mais de 70% das pastagens perdidas e a mortalidade de milhares de
bovinos são as consequências da seca no Norte de Minas. Diante dessa situação
que tem causado prejuízos à agropecuária da região, o presidente da Associação
dos Produtores Rurais do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha (Aspronorte),
José Aparecido Mendes Santos, cobra do governo, tanto o mineiro quanto o
federal, ações para minimizar os efeitos da seca na região. O presidente da
Aspronorte deverá ter uma audiência com o governador de Minas, Fernando
Pimentel, na próxima semana.
José Aparecido encaminhou ao governador Fernando Pimentel um
documento relatando o drama vivido pelos produtores rurais nesse período de
quatro anos de seca e, diante disso, solicita que o governo, através da
Ruralminas, proceda a construção de barramentos nos rios dessas regiões, ou
então, que haja a autorização aos próprios produtores rurais para custearem a
implantação, com a devida fiscalização pelo governo, desses barramentos nos
principais rios, tais como: Verde, Jequitinhonha, Salinas, Rio Pardo, Gorutuba
e Mosquito, visando que os mesmos sejam perenizados proporcionando a água na
calha dos rios durante o ano.
PERDA DE 70% DAS
PASTAGENS
O presidente da Aspronorte, José Aparecido, que também é
presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Janaúba, ressalta no documento
encaminhado ao governador que “a seca que atinge essas duas regiões nos últimos
4 anos tem causada a perda de 70% das pastagens, sendo assim pedimos o apoio do
Governo do Estado no sentido de liberar linhas de crédito com juros subsidiados
para o financiamento imediato em investimento na recuperação das pastagens”,
explica o José Aparecido ao acrescentar que houve nesse período uma alta taxa
de mortalidade de animais reduzindo drasticamente o rebanho devido a falta de
pastagens. Outro pedido da classe rural é que seja disponibilizada linhas de
crédito com juros subsidiados para a aquisição de matrizes para a recomposição
do rebanho nessas regiões que tiveram, no último ano, a perda de mais de 1 (um)
milhão de cabeças de bovinos.
O documento também está sendo encaminhado aos secretários
estaduais Paulo Guedes (de Desenvolvimento Integrado do Norte e Nordeste de
Minas) e João Cruz Reis Filho (da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e
ainda ao deputado federal Gabriel Guimarães, líder da bancada mineira no
Congresso Nacional, para que os mesmos façam gestão no sentido de que as
reivindicações sejam atendidas, por exemplo, a permissão do governo para que os
produtores, considerando o período crítico da seca no Norte de Minas e no Vale
do Jequitinhonha, possam utilizar os poços artesianos e ainda haja a breve
liberação de outorgas para uso de poços, evitando assim a morosidade de até
cinco anos devido à burocracia governamental.
BARRAGEM SEM DESPERDÍCIO
DE ÁGUA
O
nível de água da barragem do Bico da Pedra, que atende à população de
aproximadamente 80 mil pessoas dos municípios de Janaúba e Nova Porteirinha bem
como aos produtores rurais irrigantes do Projeto Gorutuba, encontra-se em 20%
de sua capacidade. A estrutura existente gera um desperdício muito grande
devido a sua construção ter sido há mais de 30 anos. Desta forma, o presidente
da Aspronorte, pede que o governador Fernando Pimentel faça gestão junto ao
Ministério da Integração Nacional, via Codevasf, para dar celeridade na
conclusão da obra de construção do novo sistema de tubulação dos canais abertos
que atende a 3.200 hectares de áreas irrigadas do Projeto Gorutuba, no
município de Nova Porteirinha.
José
Aparecido cita ainda no documento a necessidade do término do projeto, a
licitação e construção da interligação do projeto Gorutuba ao Projeto Lagoa
Grande, com 1.200 hectares irrigados, no município de Janaúba, pois assim
evitaria o desperdício de água. Também é cobrada a prorrogação das medidas
provisórias das renegociações das dívidas rurais por mais 10 anos para
adimplentes e inadimplentes nestes últimos 4 anos de seca.
Outra
necessidade para o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha é a
descentralização da venda do milho, modalidade galpão, aos produtores rurais.
Nesse sentido, a Aspronorte reivindica a reinstalação e pleno funcionamento dos
galpões da Conab nas cidades polos de Janaúba, Januária, Pirapora, Salinas,
Almenara e Pedra Azul, uma vez que atualmente há apenas a unidade em Montes
Claros. Também é pedida a redução no preço do valor da saca do milho, hoje em
R$ 23,10, e expurgar o ICMS da composição do preço para viabilizar a manutenção
do rebanho dos pequenos e médios produtores rurais.
A Aspronorte abrange
43 sindicatos de produtores rurais em 78 municípios representando 82.996
produtores. A região de representatividade da associação tem no agronegócio a
sua principal atividade socioeconômica. Importância esta que pode ser
visualizada pelo rebanho de 4,53 milhões de cabeças de gado bovino na área de
abrangência desta associação conforme dados oficiais do IMA - Instituto Mineiro
de Agropecuária. (Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Produtores
Rurais de Janaúba).
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