JAÍBA (por Queila
Ariadne) – Esta semana (a penúltima de outubro) será determinante para o
destino do projeto de irrigação do Jaíba, no Norte de Minas. No dia 9 deste mês,
a Agência Nacional das Águas (Ana) determinou a redução da vazão da represa de
Três Marias – que abastece o rio São Francisco, de onde sai água para irrigar
27 mil hectares de água plantada. Quanto menos água sair do reservatório, menos
água chegará no Norte e as bombas do sistema de irrigação, que já enfrentavam
dificuldade com a vazão de 150 m³/s, agora, com os 140 m³, pode não conseguir
mais captar.
“Por enquanto, o
Jaíba continua, mas como ainda demora uns dias para avaliarmos o impacto da
redução da vazão, vamos esperar. Se for preciso, vai ter racionamento”, explica
o presidente da Ruralminas, Luiz Afonso Vaz de Oliveira, que administra um dos
dois distritos do projeto de irrigação. O outro distrito é gerenciado pela
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf).
O gerente da área de
produção pela Codevasf, Paulo Roberto Carvalho, afirma que já está tudo pronto
para iniciar o racionamento, caso seja mesmo necessário. “Mesmo com a redução
da vazão de Três Marias, temos conseguido manter a captação de 15 m³/s, pois
fizemos uma limpeza no canal de chamada que melhorou a captação. Enquanto
permanecer nesse nível, dá para continuar. Mas, se esse nível cair, o
racionamento pode começar”, explica Carvalho.
Se realmente for
necessário, o plano é alternar os dias da irrigação. São mais de 2.000
produtores, que recebem água todos os dias. Com o racionamento, a água seria
liberada um dia para o Distrito I e, no outro dia, para o Distrito II.
Medo. “Se isso
acontecer mesmo vai ser um desastre. Sem água suficiente, o desenvolvimento das
plantas fica comprometido e isso afeta a qualidade das frutas não só agora, mas
para os anos seguintes. E também vai interferir no preço”, avalia o presidente
do Sindicato dos Produtores Rurais de Janaúba, José Aparecido Mendes.
Segundo ele, o pior
será para os pequenos produtores. “Os grandes têm condições de furar poços e
sobreviver, mas os pequenos não têm condições”, afirma.
Hoje, o Projeto Jaíba
produz 1,3 milhão de toneladas de frutas por ano. É de lá que sai metade da
banana de Minas Gerais.
Janaúba
Corte. O que o Jaíba
teme, já está acontecendo em Janaúba, Norte de Minas. Desde o ano passado, os
projetos de irrigação estão em racionamento, com apenas metade da água,
Três Marias e Jaíba
O reservatório de
Três Marias, na região Central de Minas, funciona como uma caixa d’água, que
libera aos poucos e alimenta o rio São Francisco, de onde sai água para irrigar
o Projeto Jaíba, no Norte de Minas.
A usina que a Cemig
tem em Três Marias, usa a água para gerar energia. (Fonte: jornal O Tempo)
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