Oliveira
Junior,
"Gostaria
que divulgasse no seu blog de jornalismo a situação do menino Eulas (história
abaixo) e a campanha que esta sendo realizada em prol da construção de uma casa
para sua família. Precisamos de doações de alimentos para o preparo da feijoada
que será preparada para arrecadação de renda, materiais de construção e moveis.
Precisamos do apoio da população em geral, empresários e autoridades políticas.
Prestaremos conta de tudo que for arrecado para que se torne uma campanha clara
onde todos saberão o quanto estão ajudando.
Certa
da ajuda desde já agradeço".
Luciana
Lopes
Contato:
9175-3404
"Pessoal, há mais ou menos dois meses atrás, estava
aqui pedindo ajuda para o adolescente Eulas, menino que encontrei na rodoviária
e contei um pouco do sofrimento para vocês. Nesse período, arrecadei 4 cestas
básicas e comprei roupas, tênis, havaianas, meias, cuecas, refrigerantes e
bolachas, tudo de guloseima que imagino ser o sonho de crianças, assim como era
o meu, e que pouco tempo depois soube não ser o dele... Infelizmente demorei um
tempo maior do que pensava e pretendia, nesse período sofri um acidente, bati
meu carro numa vaca e fiquei muitos dias sem locomoção, depois em função da
chuva, o acesso estava interditado, cheguei inclusive a ir até uma parte, mas
tive que voltar, lutei contra as forças negativas que atrapalhavam ajuda-lo.
Por fim, no dia 31/01 ao meio dia começava minha empreitada, consegui levar as
coisas pra ele, não sem problema algum, carro atolado, não tinha acesso até
perto da casa, tive que andar vários quilômetros a pé sem saber onde estava,
quando cheguei percebi que a situação era pior do que esperava e imaginava,
senti um grande aperto no coração, não tem água, luz, banheiro, a lona só
tampava o que seria em tese o “telhado”, as laterais da “casa” não tinha
proteção, havia somente três colchões na areia, duas panelas e os tijolos,
àqueles que ele havia me informado ser o fogão, as roupas estavam penduradas
nas madeiras que sustentam a lona, uma situação DEPLORÁVEL. Infelizmente não
encontrei o Eulas, tinha saído às 3 horas da manhã para vender pequi, fiquei
ali até às 19h e o menino ainda não havia retornado, tive que voltar, haja
vista que fiquei “atolado” na areia mais cedo, temia que isso acontecesse de
novo e à noite tudo seria mais difícil e estava de serviço no outro dia.
Como perceberam, o menino fica muitas horas na
outra cidade, será luta pela sobrevivência? Será para amenizar aquele
sofrimento debaixo da lona para o tempo passar mais rápido? Saí e deixei o
recado para que ele me encontrasse na rodoviária de Montalvânia na segunda,
03/02, queria entregar os presentes dele pessoalmente. Passei o final de semana
angustiado com a situação, me recordando do pai guardando a feira em cima da
madeira, do sofrimento daquele povo. Descobri que o pai é deficiente auditivo,
escuta pouquíssimo e tem dificuldade de assimilar coisas triviais, o que
percebi é que o menino é o “cabeça” da casa. Enquanto esperava, descobri ainda
que vivem dos R$140,00 reais do Bolsa Família e que o pai não tem emprego, faz
“bicos quando acha. Me prontifiquei a ajuda-los, contei que tinha várias
pessoas que queriam também fazer, foi quando me disse que comprou duas portas
no valor de R$ 530,00. Pedi a nota que ele assinou, como tinha ganhado R$300,00
de um colega também militar, inteiraria para quitá-la, quando cheguei ao
estabelecimento em Montalvânia, descobri que ele havia feito um financiamento
na Losango e não consegui pagar porque precisava do carnê. Encontrei o Eulas e
fiquei com ele pela manhã, entreguei os presentes a reação foi um mix de
susto/surpresa e escutei ‘ como são bonitos”. Fui surpreendido com um “posso
colocar o tênis e dar uma voltinha?” Depois pediu para colocar o chinelo no pé,
falei que era tudo dele e ele me surpreendeu: “ Vou usar amanhã na aula e só
usarei de novo quando tiver uma casa nova”. Descobri que nunca andou de carro e
que o sorriso não faz parte do seu cotidiano, que ele não olha nos olhos e que
é louco com bicicleta e com chuveiro também.... Parece bobagem, mas são coisas
que não valorizamos porque temos facilmente todos os dias. Lanchamos juntos e
depois comprei alguns biscoitos para ele comer enquanto voltava pra casa. Fui
até uma papelaria para comprarmos os materiais, já que as aulas começavam no
dia seguinte, deixei que ele escolhesse, a alegria tomava conta da criança, foi
a primeira vez que o vi sorri, estava radiante. Fiz um orçamento num depósito
de construção e para construir 3 cômodos, não tinha pensado no banheiro, mas
depois da paixão pelo chuveiro, não poderia deixar passar desapercebido. Contei
a história para o dono do estabelecimento como forma de obter desconto, esse
nos deu e ainda doou os aparelhos de um banheiro que ele tinha, é usado, mas
diante da situação, tudo é válido. Pelo orçamento, precisaríamos de R$2.300,00
a R$ 2500,00 para os materiais e mais R$ 2.300 de mão de obra, um pedreiro da
comunidade se dispôs a fazer mais barato para ajuda-lo. Pensei em fazer rifas
para arrecadar, de qualquer forma, conto com a ajuda de todos".
Um
abraço,
Tiago
Mateus Lacerda de Freitas
(38-99513537)
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