Foto Alanderson
Santos
Cena ocorrida no rio São Francisco, em Manga, no
dia 10 de dezembro de 2013.
MANGA
(por Oliveira Júnior) – 10 de dezembro de 2012 e 10 de dezembro de 2013. Datas
idênticas, anos diferentes. Mas, o assunto é o mesmo. Aliás, o perigo se repete
e provoca a polêmica discussão com relação à falta de segurança nas balsas que
realizam a travessia sobre o rio São Francisco, na cidade de Manga, e o porto
no município de Matias Cardoso, que dá acesso à rodovia Prefeito Osvaldo
Bandeira (foi prefeito de Manga), a conhecida MG-401 que vai até à cidade de
Janaúba, passando por Jaíba.
Um caminhão baú caiu da balsa e teve a
maior parte da carroceria submersa no rio. Isso ocorreu na tarde desta terça-feira,
dia 10 de dezembro, conforme registro fotográfico feito por Alanderson Santos,
do site Norticias, da cidade de Manga. Esse mesmo site (Norticias), através de
Clever Inácio Nascimento, fotografou a queda parcial de outro caminhão baú da
balsa no rio, no dia 10 de dezembro do ano passado.
Os dois fatos, ocorridos num 10 de
dezembro, foram próximo ao porto de embarque e desembarque das balsas. No
episódio de hoje, um funcionário da balsa ficou ferido e teria sido levado ao
hospital desta cidade.
Foto Clever
Inácio Nascimento
Cena ocorrida no rio São Francisco, em Manga, no
dia 10 de dezembro de 2012.
De acordo com o site do Jornalista Luís
Cláudio Guedes, acidentes na travessia em Manga têm sido fatos recorrentes e
preocupa os usuários do sistema, operado atualmente por quarto empresários. Em
julho de 2011, um caminhão que transportava carga de carvão caiu no leito do
rio São Francisco ao realizar manobras de alinhamento a bordo da balsa Capitão
Lino. Três anos antes, em fevereiro de 2008, essa mesma embarcação se envolveu
em acidente semelhante, quando uma moto e dois caminhões também carregados de
carvão caíram no rio. Na ocasião, foi necessário o descolamento de equipe do Pelotão
do Corpo de Bombeiros de Janaúba para retirar os veículos da água.
SEM
PONTE, FICA A “BALSA QUE CAI”
O acidente desta terça-feira, dia 10 de
dezembro de 2013, poderá retomar o anseio dos manguenses e visitantes pela
construção de uma ponte sobre o rio São Francisco. Esse desejo existe há mais
de 40 anos, inclusive desde quando foi iniciado o projeto de irrigação do
Jaíba, então pertencente ao município de Manga.
Se hoje os usuários contam com 4 balsas
para atravessar o rio entre Manga e Matias Cardoso, o mesmo não se pode dizer
das aventuras e desesperos dos moradores e visitantes nos anos 70. Naquela
ocasião, apenas uma balsa efetuava a travessia e com um detalhe: a balsa tinha
apenas uma entrada/saída e no meio da rampa havia um buraco, tipo os “mata
burros” nas estradas desse sertão. Não era raro veículo cair nesse buraco na
balsa, principalmente em tempo chuvoso ou nas travessias noturnas.
Nem mesmo a riqueza que tinha do
projeto Jaíba e que foi perdida com as emancipações de Matias Cardoso e de
Jaíba (a ponte sobre o rio Verde nesta cidade fazia a divisa dos municípios de
Manga, representado pelo distrito de Jaibênia, e Monte Azul, através do
distrito de Otinolândia) foi capaz de Manga atrair a atenção e a sensatez do
governo pela construção da ponte sobre rio São Francisco. A pavimentação da MG-401
(única saída de Manga asfaltada) também não conseguiu mobilizar o governo, que
agora aventa a possibilidade de cobrar um imposto (tipo do IPTU) de quem possui
residência, na cidade de Manga e outras localidades nas margens do rio São
Francisco, sobre o domínio do rio nacional.
A população de Manga e visitantes pagam
caro pelo perigoso “pedágio” do rio São Francisco. No quesito de via de transporte,
a histórica Manga é severamente castigada pelos atos governamentais. Além da
sensação de insegurança na travessia do rio São Francisco, os manguenses têm o
triste privilégio de, há anos, esperar pela conclusão da pavimentação da
rodovia BR-135, no trecho que vai para Itacarambi. Cidades com menos de 20 anos
de emancipação têm estradas de acesso pavimentadas, enquanto que em
Manga...bom...deixa prá lá. Resta abrir o baú e, acompanhado de uma porção do
raro surumbi, reviver a memória em que no cais ancoravam o tradicional vapor
Benjamim Guimarães e outras embarcações que eram motivos de curiosidade e
alegria dos barranqueiros.
Comentários
esta cena já se repetiu dezenas de vezes, quando uma carreta minha carregada de feijão caiu desta balsa. Prejuízo total do caminhão na época da cheia e o feijão que totalizava 600 sacos, A corrupção sempre funcionou na balsa inclusive com assassinatos com outras pessoas que tentava entrar no ramo de balsa e ao final ninguém cobre os prejuízos do usuario