JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – Parte dos
servidores da área de Saúde da Prefeitura de Janaúba paralisou as atividades
nesta terça-feira, dia 30 de julho, como forma de sensibilizar o prefeito Yuji
Yamada a atender as reivindicações da categoria, dentre elas o valor salarial
repassado por portaria ministerial, posse aos agentes e retirada do contracheque
dos agentes de saúde o termo de não estável e colocar a denominação de estável.
Fotos Divulgação
Agentes de saúde e de combate às endemias param por
um dia em Janaúba.
A paralisação é por 24 horas, mas a
categoria pode deflagrar uma greve no próximo mês. Edson Teixeira, do Sindicato
Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG), esteve em
Janaúba e acompanhou o manifesto dos agentes na manhã desta terça-feira em
frente à Secretaria Municipal de Saúde, ao lado da prefeitura.
Em contato com o site do Jornalista Oliveira Júnior, o representante do
Sind-Saúde, Edson Teixeira, informou que haverá uma assembleia no dia 21 de agosto ocasião
em que poderá ser decidida pela paralisação do serviço por tempo indeterminado.
A secretária de Saúde deste município, Lara Jamile Silveira Silva, esteve
reunida com a comissão dos servidores da saúde ontem, segunda-feira, dia 29 de
julho, e pediu um tempo até o dia 30 de setembro para analisar e, dentro das
possibilidades, atender as reivindicações da categoria. Em alguns itens a
secretária solicitou o prazo de 15 dias para responder à comissão dos
funcionários.
Na pauta formulada em 24 de abril deste
ano, o Sind-Saúde reivindica que a prefeitura repasse os valores salariais da
portaria ministerial que atualmente é de R$ 950,00. O dirigente sindical
informa que os agentes recebem o equivalente a um salário mínimo que é de R$
678,00. A municipalidade explica que ainda há, pela portaria ministerial, o
complemento de incentivo.
Outras reivindicações são pagamento de
auxílio de insalubridade para todos os trabalhadores da saúde (agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias); cestas básicas para os
servidores ou vale alimentação para os servidores; distribuição de lanche para
os servidores nos dois turnos de serviço – a secretária de Saúde citou ao site do Jornalista Oliveira Júnior que na
parte da manhã é oferecido o lanche aos funcionários.
Sind-Saúde anuncia que no dia 21 de agosto
poderá em assembleia dos agentes decidirem pela greve por tempo indeterminado.
Os agentes ainda pedem melhores
condições de trabalho e que as atividades externas dos agentes sejam executadas
pela manhã e os serviços internos no horário vespertino. Lara Jamile explicou
que a prefeitura realiza licitação no sentido de que sejam disponibilizados
melhores condições de trabalho para os agentes. Quanto ao horário de jornada de
trabalho ela informou que está adequando isso, inclusive o tempo de intercâmbio
entre os agentes e os médicos e enfermeiros, e também de maneira a evitar que
os agentes fiquem muito tempo expostos ao sol diante da alta temperatura que é
predominante neste município. A categoria também pede pela gratificação de
incentivo à produtividade. Essa gratificação, conforme a secretária varia de
10% a 40%.
CAPACITAÇÃO
Num dos itens da pauta de reivindicação
dos agentes de saúde apresentada pelo Sind-Saúde em 24 de abril de 2013 há a
cobrança por curso de capacitação permanente e curso de humanização para todos
os servidores da saúde do município. Com relação à essa solicitação, a
secretária Lara Jamile informa ao site do Jornalista Oliveira Júnior que no primeiro semestre deste ano ocorreram
quatro atividades de capacitação. De acordo com informe da Secretaria
Municipal de Saúde, foram realizadas capacitação sobre a dengue (24 de janeiro
de 2013), sobre o atendimento no Centro Viva Vida nos casos de hipertensos,
diabéticos, saúde da mulher e saúde da criança (22 de fevereiro), sobre
atendimento ao público, em parceria com o Senac (março) e sobre o programa de melhoria do acesso e da
qualidade da atenção básica (14 de junho).
Por intermédio do Sind-Saúde, os
agentes de saúde cobram da prefeitura o plano de saúde com cartão farmácia e a
disponibilidade de gasolina para os agentes de combate às endemias que prestam
serviços na zona rural. Lara Jamile sugere que o plano de saúde seja formulado
pelo próprio sindicato junto aos filiados. Quanto à cessão de combustível ela
entende que é necessário um parecer jurídico, no entanto acredita que o ideal
possa ser a viabilidade da aquisição de veículo (talvez motocicleta ou
bicicleta) para que o agente de endemias atenda a contento a zona rural.
Segundo ela, geralmente os agentes residem na comunidade onde presta o serviço.
Na pauta de reivindicação há cobrança
do 13º salário para os agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
endemias e férias regulamentar com pagamento. A secretária de Saúde explicou
que, geralmente, os agentes gozam de 15 dias de férias em julho e outros 15
dias em dezembro ou janeiro. Ela sinaliza que pode ocorrer um entendimento com a categoria. Sobre
o 13º salário, a dirigente da Saúde municipal informou que busca o entendimento para quitá-lo.
Os três últimos itens, de um total de
15, da pauta de reivindicações dos agentes referem-se: que os agentes passam a
contribuir com a previdência própria do município, que no contracheque seja colocado
estável sem o complemento não estável e dar posse aos agentes, assim como
assinar o livro de posse.
A resposta da Secretaria Municipal de
Saúde quanto à contribuição previdência é de que o Instituto de Previdência dos
Servidores Públicos Municipais de Janaúba (Previjan) abrange os funcionários
concursados e efetivados, sendo assim, os agentes continuariam contribuindo com
o INSS. Com relação à mudança do termo de não estável para estável no
contracheque do agente, a Secretaria de Saúde do município informou ao site do Jornalista Oliveira Júnior que faria
uma consulta junto ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça quanto à
legalidade da “efetivação” dos agentes que foram submetidos ao processo
seletivo e não a concurso público. Esse mesmo procedimento a secretaria estaria
tomando sobre a reivindicação do Sind-Saúde quanto à posse de agentes que, no
entendimento da prefeitura, seja o pessoal contratado que está atuando na
função de agente sem, contudo, tem sido aprovado em processo seletivo.
Comentários