BELO
HORIZONTE (por Luís Alberto Caldeira) – A realização de uma reunião de
emergência com a secretária de estado da Educação, Ana Lúcia Gazola, e o pedido
de revogação imediata do artigo 4º da Resolução SEE 2.253/2013, que determina
que as aulas de Educação Física e Educação Religiosa nos anos iniciais do
Ensino Fundamental sejam ministradas pelos regentes, eliminando assim a figura
do profissional qualificado, foram as principais reivindicações apresentadas em
forma de requerimentos durante audiência pública conjunta das comissões de
Educação e Esportes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no último dia 30
de abril, que discutiu o tema. Os requerimentos foram apresentados pelos
deputados Tadeu Martins Leite, Ulisses Gomes e Rogério Correia, os mesmos
autores da proposta que possibilitou a realização da audiência.
Educadores
físicos de mais de 20 cidades do Estado participaram da audiência, e lotaram o
auditório da ALMG. De Montes Claros, partiu um ônibus com estudantes e
professores de Educação Física. O deputado Tadeu Martins Leite, o Tadeuzinho,
informou durante o encontro que o cálculo é de que, só no Norte de Minas, mais
de 300 professores de Educação Física e Ensino Religioso tenham perdido emprego
em função da medida adotada pelo Governo. “Não adianta ficarmos discutindo se a
resolução é legal ou não. O certo é que ela é prejudicial para nossas crianças,
que deixam de receber orientação de profissionais especializados, e também para
os educadores físicos e religiosos, que têm o campo de trabalho restringido”,
explicou o deputado, que apresentou exemplos de projetos de sucesso
desenvolvidos por professores de Educação Física nos anos iniciais do Ensino
Fundamental no Brasil.
Durante
a audiência, o professor Weslley Santinho, do curso de Ciências da Religião da
Universidade Estadual de Montes Claros, explicou que, em um estado laico, é
imprescindível que as crianças recebam noções de Ensino Religioso ministradas
por um especialista, já que qualquer professor que não esteja tecnicamente
preparado tende a valorizar a sua posição religiosa, o que pode influenciar as
crianças. Já
o educador físico Djalma Gonzaga Silva, de Montes Claros, chamou atenção para
os riscos a que serão colocados os alunos ao fazer atividades físicas sem
orientação adequada, e os prejuízos ao incentivo às práticas esportivas e a
formação de novos atletas.
Nos
próximos dias, deputados integrantes das comissões de Educação e Esporte, junto
com representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores na Educação de Minas
Gerais (SindUte) devem ser recebidos pela secretária de Educação, Ana Lúcia
Gazola. “Trata-se de uma decisão administrativa, que pode ser resolvida
rapidamente com a mudança desta resolução”, explica o deputado Tadeu Martins
Leite, que acredita que o Governo de Minas terá o bom senso e tomará esta
decisão. (Fonte: Assessoria do deputado Tadeuzinho e Ascom da Assembléia
Legislativa de MG)
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