Foto Nezinho Costa
José Arnaldo dos Santos, o “Zé Petêco”, era taxista em Jaíba.
JAÍBA (por Oliveira Júnior*) – A última e trágica viagem de José Arnaldo dos Santos, o “Zé Petêco”, 51 anos, (constantemente transportava passageiros de Matias Cardoso e Jaíba para Janaúba e vive versa) começou na manhã de terça-feira, dia 3 de maio, na cidade de Janaúba. Os três adolescentes, com idade entre 15 e 17 anos, embarcaram no carro, um Gol, onde também estava uma mulher, irmã de José Arnaldo. Este parou em Jaíba para o desembarque da irmã.
A partir daí os algozes de “Zé Petêco”, como o taxista era chamado, esquematizou o enredo da tragédia. Antes da fatalidade, os garotos conheceram parte da intimidade da vítima, pois o taxista passou na casa da mãe, onde até serviu alimento para os passageiros, e depois levou a esposa a um centro de artesanato onde é voluntária com a combinação de que mais tarde voltaria para apanhá-la. Porém, o trio que presenciou essa cena de dedicação familiar não teve compaixão.
Foto Nezinho Costa
Velório e sepultamento de taxista foi em clima de comoção.
“Foi uma tremenda covardia que fizeram com o amigo Zé Petêco”, declarou Nezinho Costa, secretário municipal de Cultura de Jaíba, ao comentar a morte do amigo. “Estive com ele na segunda-feira (dia 2), quando ele deu-me uma carona até minha casa e, ao despedirem-se me pediu que lhe fizesse uma surpresa, indo até sua casa, com minha esposa, para cantarmos a noite toda, como havíamos feito poucos dias atrás”, citou o secretário ao acrescentar que o taxista faia economia para reformar a casa e também arrumar o carro que lhe servia como fonte de renda.
IRONIA E CRUELDADE
Na passagem pela casa da mãe, José Arnaldo apanhou algumas frutas, principalmente cajá, e ofereceu aos três adolescentes que se encontravam em seu carro. Na seqüência da viagem, o taxista apanhou um canivete e repassou aos passageiros para descascar os cajás. Por ironia, justamente com esse canivete é que os garotos mataram o motorista.
VIDA APÓS A MORTE
O assassinato de José Arnaldo dos Santos chocou os taxistas da região da Serra Geral de Minas, pois ele tinha um grande carisma com os colegas e também com os passageiros. A região perdeu José Arnaldo ou “Zé Petêco”, apelido surgido de uma frase dita por ele próprio: “Vamos fazer o maior petêco, pessoal!”.
Trabalhador, prestativo e sonhador. Essas eram algumas das características de vida de José Arnaldo dos Santos que deixa a esposa, três filhos (duas mulheres casadas que moram fora e um filho universitário) e netos. Vanderlei Cardoso, 18 anos, filho caçula de “Zé Petêco”, cumpriu um dos desejos do pai: cantar. Incentivado pelo pai, Vanderlei participou do programa “Ídolos”, na TV Record. Ele faz parte de grupo musical na universidade.
No velório de José Arnaldo, o “Zé Petêco”, o filho atendeu um antigo pedido do pai e cantou a música “Vida após a morte”, de autoria do cantor gaucho Teixeirinha, já falecido. Outro pedido paterno cumprido por Vanderlei foi cantar a canção “Utopia”, da dupla Duduca e Dalvan, no momento em que ocorria o sepultamento do taxista. (*com colaboração de Nezinho Costa)
**Matéria publicada no Jornal da Serra Geral, edição deste sábado, dia 7 de maio.
REPORTAGEM DA INTERTV/GLOBO SOBRE O ASSASSINATO DO TAXISTA "ZÉ PETÊCO"
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Comentários
A justiça tem que ser feita, pois estes infratores tiraram a vida de uma pessoa que sonhava não só para se mas sim para todos.Eu fico muito triste em perder esta pessoa carismática e trabalhadora.Zé peteco Jesus cristo com certeza ira ti acolher no pedacinho do ceu, esteja onde você estar você esta sempre presente na vida da sua familia e amigos.Gilvan Guarda Municipal.