MONTALVÂNIA (por Thiago Nogueira) – As condições de trabalho no Norte do Estado obrigam os médicos a "fazer de tudo um pouco", como eles mesmos definem. Além de se dedicarem à atenção básica, os profissionais contratados pelas prefeituras acabam responsáveis por um verdadeiro pacote de serviços, que inclui, além de suas especialidades, atendimento de urgência, emergência e outras funções.
"Costumo falar que somos formados em ‘tudologia’. Aqui a gente faz de tudo", brinca a médica carioca Denise Ribeiro, 44 anos, que trabalha em Montalvânia.
Muitos dos profissionais são recém-formados, e, por isso, a insegurança se transforma em mais um empecilho para a fixação nos postos de trabalho. Em algumas situações, é preciso recorrer a serviços de "tira-dúvidas", como o Tele Minas Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que proporciona o diálogo entre especialistas via internet.
Os altos salários oferecidos dão uma noção equivocada da profissão, segundo o diretor clínico do Hospital Municipal de Itacarambi, Rafael Coelho, 29 anos. "As pessoas acham que os médicos não querem trabalhar, mas isso não é verdade. Esse salário, normalmente, é um pacote pelos serviços prestados. Ele tem o salário mais alto para ficar 24 horas por dia disponível", afirma.
ALTERNATIVAS
Com poucos médicos, os plantões hospitalares se transformam em verdadeiras maratonas. Em algumas cidades, a jornada chega a 48 horas ininterruptas. Outra prática bastante comum nas cidades da região é o chamado sobreaviso: o médico pode ficar em casa, mas com a possibilidade de ser convocado a qualquer hora em caso de emergência.
Aqueles que pretendem se ausentar do município precisam combinar uma substituição com algum colega. Por isso, é muito comum o "intercâmbio" de profissionais de diferentes cidades da região. Oito médicos naturais de Montalvânia, por exemplo, trabalham em municípios vizinhos.
INDÍGENAS
Uma parceria firmada entre a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde, e a ONG Missão Caiuá contratou, em janeiro, cinco médicos para atender exclusivamente a reserva Xacriabá, em São João das Missões. A população indígena local é superior a 8.300 pessoas. (Fonte: jornal O Tempo/10/4/2011)
Comentários
Os Médicos querem também um local de trabalho seguro se não estarão a mercê de levar processos onde o streess emocional nestes locais os fazem a cometer erros...
Semelhança esta ao hospital regional de Janaúba, pois quem conhece a atual administração, conhece o desvios de verbas, a corrupção e as fraldes licitatórias...