ARTISTA JANAUBENSE IRÁ EXPOR VIDAS GORUTUBANAS EM MONTES CLAROS

Foto Divulgação:

Através de pintura do carro de boi, Gilsa relata a vida do povo gorutubano.

JANAÚBA – “A arte é a expressão de nobres sentimentos humanos. Quando um ser humano se depara diante a sociedade, sua visão por ser artística e sensível produz através de formas, palavras, sons, gestos, etc; obras de arte que retratam de forma original esta realidade a qual vive inserido. A arte transpõe o tempo, permanecendo no espaço como que por uma magia, imortalizando a cultura que lhe dá sentido. O artista poucas vezes compreendido é impelido ao ato criador, sua alma visionária permanece vagando o mundo de fantasias e imaginações.”

Estas palavras definem o universo artístico da janaubense Gilsa Alcântara que irá expor os seus trabalhos no Centro Cultural Hermes de Paula, na praça da Matriz, em Montes Claros, por ocasião da 1ª Mostra Individual de Arte - “Desvelando  Imagens”, amanhã, terça-feira, dia 26 de abril, às 20h.

Formada na Universidade de Montes Claros, Gilsa Alcântara é professora de arte da rede estadual de Ensino Gilsa Alcântara. Durante muitos anos pesquisou a cultura local, investigando a origem das famílias oriundas do Vale do São José do Gorutuba, vila extinta depois da construção da barragem do Bico da Pedra.

O resultado foi um livro ainda inédito chamado “Lembranças de Família”. Em 2011 lançou pela Editora Milenium Cotrim o romance “Sangueterra”. A cultura gorutubana genuína nasceu nas margens do rio Gorutuba da união de remanescentes de quilombolas e índios tapuias, torna-se rica fonte de inspiração artística do seu trabalho.         Além de costumes e tradições dos moradores do sertão mineiro, que também é retratado nas obras de arte, executadas em óleo sobre tela. Cores fiéis à natureza exuberante que nos irradia, o céu azul, verde e tons de terra. A composição simples com figuras humanas distintas de momentos fotografados ou organizados pela autora com modelos caracterizados, com o intuito de garantir a originalidade das obras.

“Arte prima por ser inovadora e surpreender ao expectador que a analisa. O artista tem uma carga de responsabilidade em inovar mesmo copiando a natureza. Busco trazer, mesmo que numa pequena parte das telas o verde e o azul. Respeitar a natureza e o homem torna-se fator fundamental para todos nós”, disse Gilsa Alcântara.

A finalidade é consagrar a simplicidade de um povo, recriar o passado retratando costumes que lentamente serão abandonados: uma fiandeira, a mata, o rio das pedras, mundo sertanejo em telas, a fruição de um sonho realizado.