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A atriz janaubense Izadora Fernandes se destaca no filme.
MONTES CLAROS (por Elpídio Rocha) – Amanhã, sábado, dia 12 de fevereiro, o Cinema Comentado e o CineSesc exibem o consagrado MUTUM (2007), baseado em “Campo Geral”, de Guimarães Rosa. Nesse filme tem a participação da atriz janaubense Izadora Fernandes que segura muito bem o papel e é uma das surpresas do filme. Aliás, todo o elenco não profissional de Mutum é extremamente competente e traz qualidade ao conjunto da obra.
O CineSesc e o Cinema Comentado Cineclube acontecem todo sábado, a partir das 19h, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros – rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.
Mutum é um lugar isolado no sertão de Minas Gerais, onde se passa a história do menino Thiago e sua família. O filme mostra, sob o olhar infantil, o mundo nebuloso dos adultos, com suas traições, violências e silêncios. Ao lado de Felipe, seu irmão e único amigo, o garoto será confrontado com este mundo, descobrindo-o ao mesmo tempo em que terá de aprender a deixá-lo.
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A janaubense Izadora Fernandes em cena no filme Mutum.
Premiado filme de Sandra Kogut, MUTUM apresenta uma paisagem árida e uma atmosfera marcadas pela solidão e abandono. Thiago é menino estranho ao pai (que não se cansa de nomeá-lo negativamente), e testemunha silenciosa de um drama que afasta definitivamente seu tio do convívio do lar. É também diferente e sonhador, mas não se nega a participar das ordenações de praxe: busca aprender a trabalhar no roçado, a conduzir o gado e ajuda nos trabalhos da casa. Mas, acima de tudo olha o mundo com curiosidade e avidez, passeia pelos cantos mais inóspitos com esperança, riso e vontade de “experimentar” o mundo.
É no acompanhamento da trajetória de Thiago – seus encantos e desencantos, fantasias, perplexidades, alegrias e tristezas – que o espectador é convidado (e conduzido) ao encantamento com o filme. A câmera contempla a paisagem e captura os personagens duramente inseridos nesse contexto de seca e resistência. E a narrativa privilegia o “olhar ingênuo-sábio” do menino.
Para Luiz Felipe Nogueira de Faria, “MUTUM é para ser visto e revisto. Quanto mais não seja para que possamos nos encontrar com nossos sertões. E também com a criança. Na última cena, Thiago, pouco antes de partir, faz uma última doação aos seus: Pede ao seu novo “tutor” os óculos para que possa contemplar, com a nitidez e o tamanho adequados, as imagens de cada um e do lugar do qual começa a se separar. Curiosamente o que vemos junto com ele, não vem de uma visão ocular mais acurada, mas daquilo que o seu coração constrói, no momento. É para uma construção semelhante que somos chamados”. Classificação indicativa: livre.
PRÓXIMAS ATRAÇÕES
19/02 - Nome Próprio (2007), dir: Murilo Salles.
26/02 - Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos (1999), dir: Marcelo Masagão.
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