FUNORTE FACULDADES DE JANAÚBA

Foto Oliveira Júnior
Distrito de Quem Quem, município de Janaúba, localidade onde residia o menino que morreu após picada de escorpião.
JANAÚBA (por Luiz
Ribeiro) – Um menino de 11 anos, morador de Quem-Quem, distrito de Janaúba, no
Norte de Minas, morreu depois de ser picado por um escorpião, nesse sábado, dia
22 de agosto. O corpo dele foi sepultado na tarde deste domingo, dia 23, no
cemitério da localidade, sob clima de muita consternação.
De acordo com informações
de moradores de Quem-Quem, o garoto, cujo primeiro nome é Rafael, foi picado
pelo animal peçonhento quando brincava no quintal da casa da família. O
aracnídeo estava escondido em um monte de tijolos.
Inicialmente, a vítima
foi encaminhada para um hospital na sede urbana de Janaúba, a 45 quilômetros de
distância do distrito. O menino seria alérgico e, com isso, os sintomas se
agravaram. Ele foi transferido para um hospital em Montes Claros, cidade-polo da
região, onde morreu às 23h de sábado, segundo um amigo da família.
O garoto era de uma
família humilde de Quem-Quem. O pai é pedreiro e a mãe, cabelereira. Ele era
filho único do casal, que ficou inconsolável. A morte da criança vítima de
picada de escorpião causou muita comoção em Quem-Quem. “Todo mundo ficou muito
abalado. Ninguém aqui esperava por isso”, afirmou um morador do distrito.
Segundo ele, o enterro da criança foi acompanhado por cerca de 350 pessoas.
Ataques de escorpiões
aumentam na região
No primeiro semestre de
2020, aumentaram os casos de picadas de escorpiões no Norte de Minas, de acordo
com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica em Ambiente Hospitalar (Nuveh), do
Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF). Vinculada à Universidade Estadual
de Montes Claros (Unimontes), a unidade é referência no atendimento a vítimas
de animais peçonhentos na região.
O Nuveh/HUCF informou que
no primeiro semestre de 2020 o serviço atendeu 1.374 casos de ataques de
escorpiões, 7,74% atendimentos a mais do que os casos registrados entre janeiro
e junho do ano passado (1.280). Ao longo de todo ano de 2019, o Hospital
Universitário da Unimontes atendeu 2.908 vítimas de picadas do animal
peçonhento.
O médico Guilherme Braga
Muniz, coordenador da Clínica Médica do Pronto-Socorro do HUCF, chama a atenção
para os cuidados que as pessoas devem ter para se evitar ataques de escorpiões
e de outros animais peçonhentos. “Deve-se fazer a profilaxia ou prevenção na
residência, como limpar o quintal, não acumular lixo, locais de alta umidade,
ambientes escuros ou materiais como telhas, madeiras, pois são ambientes ideais
para estes animais”, recomenda Muniz. “É
preciso olhar sempre as roupas e sapatos antes de usar. E em caso de vir a ser
atacado, procurar imediatamente o hospital mais próximo ou o HUCF que é
referência para estes casos”, orienta o médico.
Escorpiões, mais de duas
mil espécies
Escorpiões são aracnídeos
como as aranhas e alguns realmente oferecem riscos sérios. Existem
aproximadamente duas mil espécies de escorpiões no mundo e, no Brasil, há cerca
de 100 delas. O gênero Tityus é o que causa mais mortes, em especial o Tityus
serrulatus: o escorpião-amarelo. A espécie ocorre em grande parte do Brasil e
se reproduz por partenogênese: não precisa de machos para gerar filhotes. O
escorpião é visto, hoje, como um problema de saúde pública, se adaptando bem
aos meios urbanos: cemitérios, esgotos e em locais de despejo de entulho e
madeira. (Fonte: Jornal Estado de Minas, portal Uai, no link https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/08/23/interna_gerais,1178698/menino-de-11-anos-morre-depois-de-ser-picado-por-escorpiao-em-minas.shtml)
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