- Em nota, direção do
hospital cita que funcionário foi feito refém; segundo a PM, policial penal
evitou que a situação fosse mais agravante
- Homem teria ido visitar a
mãe que buscava tratamento em ferimento proveniente da agressão sofrida do
companheiro
- Homem atira na portaria e
quebra o vidro da recepção do Hospital Regional de Janaúba
- Maior hospital da região
da Serra Geral de Minas não tem segurança que garanta a integridade física e
moral dos pacientes e dos profissionais de saúde
Fotos rede social
Recepção
do Hospital Regional de Janaúba após disparos de arma de fogo na noite deste
domingo, dia 17 de maio de 2020.
Nota da Fundação Hospitalar de Janaúba, mantenedora do Hospital Regional de Janaúba, sobre o fato ocorrido na noite deste domingo, dia 17 de maio de 2020.
JANAÚBA (por Oliveira
Júnior) – Medo. Essa é a sensação que os profissionais que trabalham no
Hospital Regional de Janaúba vivem na noite deste domingo, dia 17 de maio,
diante da atitude de um homem em ter entrado na unidade e efetuado disparos com
uma arma na recepção na maior unidade hospitalar da região da Serra Geral de
Minas. Não houve feridos. O autor dos tiros foi preso pela Polícia Militar. Mas,
a cena mostra mais uma vez a insegurança no local que não tem equipe específica
para realizar a segurança patrimonial e humana.
Em janeiro de 2016,
durante reunião da diretoria e do Conselho Curador do Hospital Regional, houve
o alerta sobre a falta de segurança que garanta a integridade física e moral dos
profissionais que prestam assistência aos enfermos. Recentemente até foi feito
o procedimento visando a contratação de empresa especialista em segurança pública
e patrimonial, contudo a direção do hospital não concretizou essa medida.
A cena ocorrida na noite
deste domingo, dia 17 de maio, mostra claramente a falta de política de
segurança no Hospital Regional de Janaúba, local onde, infelizmente, tem sido
alvo de ameaças físicas e furtos de objetos de funcionários, pacientes e
acompanhantes. Desta vez a situação foi mais agravante, pois, segundo relatos,
ocorreram disparos de arma de fogo na entrada principal da unidade hospitalar.
Os tiros acertaram o
vidro da recepção, até então instalada numa espécie de “aquário” com a
finalidade em proteger os funcionários que providenciam o cadastro das pessoas a
serem atendidas na triagem e no pronto socorro do Hospital Regional. Devido aos
disparos, o vidro da recepção foi danificado. Nenhum funcionário foi atingido.
Após os disparos, o
atirador fugiu num carro. O fato foi comunicado ao 51º Batalhão da Polícia
Militar de Janaúba. Informações da PM apontam que um homem foi preso nesta
noite após colidir com o veículo na rodovia MG-401, próximo a um motel, na saída
Janaúba para Verdelândia e Jaíba. Ele está sendo encaminhado para a Delegacia
de Polícia onde prestar esclarecimentos a respeito dos fatos.
RELATO DA POLÍCIA MILITAR
Em nota divulgada na
manhã desta segunda-feira, dia 18, o 51º Batalhão da PM informou que na noite
do dia anterior uma mulher ligou para o quartel de Janaúba dizendo que havia
sido agredida pelo marido e em função disso a mesma estaria ferida e estaria
indo ao pronto socorro do Hospital Regional. Pouco tempo depois, a unidade de comunicações
da PM recebeu outras ligações, via 190, “relatando que havia um indivíduo
portando arma de fogo querendo entrar no hospital para ver sua mãe (a vítima de
agressão acima citada) sem fazer o uso da máscara de proteção”.
No relato da PM consta
que um “policial penal que estava escoltando um preso interveio no fato dando
ordem legal para que o indivíduo soltasse a arma, porém, a ordem foi
desobedecida”. Segundo a polícia, o homem efetuou dois disparos que acertaram o
vidro da recepção que foi destruído e em seguida fugiu num carro o qual,
momento depois, foi localizado nas imediações da rodovia MG-401, nas
proximidades do residencial Clarita, colidido num canteiro. Os policiais localizaram
o fugitivo num matagal perto do local onde havia abandonado o veículo.
Com esse homem foi
apreendida uma arma, uma pistola, com 14 munições. Diante das circunstâncias,
os militares estiveram na residência do acusado e lá encontraram mais das armas
e munições que foram recolhidas. Conforme a PM, “o suspeito, que aparentemente
estava embriagado, relatou que os funcionários do hospital não o deixaram ver
sua mãe”. O pai desse homem foi conduzido à delegacia sob a acusação de agressão
à mulher, mãe do rapaz que, segundo a PM, efetuou os disparos na recepção do
hospital. O caso agora será apurado pela Polícia Civil.
FUNDAÇÃO HOSPITALAR
REPUDIA O ATO
Em nota distribuída na
noite desta segunda-feira, dia 18 de maio, a direção da Fundação Hospitalar de
Janaúba, mantenedora do Hospital Regional de Janaúba, repudia o ato cometido pelo
rapaz na noite de ontem, domingo, dia 17, ao desferir disparos de arma na
recepção da unidade hospitalar após ter o seu acesso negado diante do mesmo não
está usando máscara de proteção facial, recomendação do sistema de saúde nesse
período de pandemia.
“Imediatamente após não
ser autorizado a entrar sem a máscara, e sem proferir nenhum argumento, o homem
sacou uma arma de fogo, tomando o porteiro desta instituição como refém, o
agredindo e colocando a arma de fogo apontada para a cabeça do funcionário e
exigindo que este o levasse até onde estava a Senhora sua mãe”, menciona a
direção da Fundação Hospitalar.
“Vimos por meio desta,
expressar nosso imenso repúdio aos atos praticados por este homem, uma vez que
este Hospital destina-se logicamente ao atendimento de pacientes com as mais
diversas patologias, e que este evento criminoso tumultuou todo o ambiente,
quebrando totalmente o sossego, e também abalou sobremaneira vários
funcionários desta Fundação e também todos os pacientes que ali se encontravam”.
Na nota, a direção da
entidade que mantém o Hospital Regional informa que os funcionários que ficaram
na linha de frente no momento do ocorrido, visto que estes sofreram diretamente
a ação, foram imediatamente afastados devido ao imenso abalo psicológico
sofrido em decorrência dos atos deste. “Acrescentamos que será destinado a
estes funcionários todo o cuidado psicológico necessário para superação deste
evento que os abalou de maneira indescritível, visto que foram acometidos por
esta conduta criminosa, enquanto cumpriam seu horário de trabalho”, finaliza a
nota emitida pela Fundação Hospitalar de Janaúba.
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