MONTES
CLAROS (por Manoel Freitas) – Enterrando de vez uma das promessas de campanha
do atual prefeito, a Taxa de Limpeza de Resíduos Sólidos começou a ser cobrada
pela Prefeitura – mesmo com a coleta de lixo ainda sendo realizada de forma
muito precária em Montes Claros, quando chega a acontecer.
A
situação revolta moradores, principalmente aqueles que têm que conviver com o
acúmulo de rejeitos perto de casa, formando verdadeiros lixões a céu aberto.
Cenário que favorece a proliferação de ratos, escorpiões, insetos e doenças.
É
o que acontece no bairro Monte Carmelo I. Ele é apenas um exemplo da situação
que se repete em outros locais da cidade. Por causa da coleta ineficiente, lixo
e entulho são depositados na esquina da rua 100 com a avenida Deputado Plínio
Ribeiro (BR-135).
Foto
Manoel Freitas
Só Sujeira – Sem coleta diária, moradores despejam lixo em lote
vago.
Além
de atrair ratos, baratas e moscas, com riscos de doenças à população que paga o
imposto que seria extinto, por causa do abandono o local passou a ser ponto de
prostituição e tráfico de drogas. Como se não bastasse, os moradores são
assaltados à luz do dia.
A
família de Maria Zorilda Pinheiro Lima, de 63 anos, que reside há 20 na rua
Berilo, esquina com a rua 100, paga R$ 86 pela coleta do lixo e está indignada
com a situação.
“É
um absurdo, porque o prefeito prometeu extinguir a taxa de lixo se fosse
eleito. Além de não cumprir a promessa, o lixo e o entulho se acumulam dia após
dia”, reclama.
Eva
Regina Ferreira Silva, de 58 anos, que mora na rua 100 há 19 anos, bem próximo
do lixão, reforça o protesto contra a cobrança da taxa e o descaso da
Prefeitura com a cidade.
“Os
vizinhos já reclamaram, ligaram para a Prefeitura, correram atrás e nada”,
lamenta.
CRIMINALIDADE
Além
dos problemas de saúde e do mau cheiro que o lixo acumulado provoca, os
moradores reclamam que o local, abandonado e escuro à noite, favorece a criminalidade
na região.
“Mesmo
durante o dia, a gente passa onde o lixo se acumula correndo risco, como
ocorreu com minha sobrinha, que foi assaltada às 15h”, desabafa Zorilda.
Além
dos roubos, o local serve de ponto de uso de drogas e para encontro com travestis.
A
costureira Maria do Socorro Martins Freitas, de 65 anos, também moradora da rua
100, chama atenção para outro problema. Segundo ela, os moradores se uniram
para pagar o asfaltamento, “na expectativa de que fosse o bastante para evitar
o lixo e o entulho, porque se esperássemos pela Prefeitura, não conseguiríamos
nunca”. Mas não foi o suficiente.
COBRANÇA
Enquanto
o município, via Secretaria de Serviços Urbanos, não faz a coleta de forma a
resolver o problema, os boletos distribuídos pela Secretaria de Finanças
determinam que o imposto tem que ser pago até 16 de julho.
Se
o pagamento for feito à vista, o desconto é de 4%, igual percentual que incide
como multa sobre a quitação fora do prazo e na hipótese de parcelamento em
quatro meses.
Mesmo
afirmando reiteradas vezes na propaganda eleitoral que iria “acabar com a taxa
de lixo” por ser “ilegal” e “não funcionar”, o prefeito Humberto Souto vai
utilizar para recolher a Taxa de Limpeza de Resíduos Sólidos o mesmo sistema
usado para recolhimento do Imposto Predial Territorial e Urbano (IPTU) –
aproximadamente 80 mil estabelecimentos vão receber o boleto, entre
residenciais e comerciais.
O
Jornal O NORTE encaminhou, por escrito, um pedido de resposta sobre a situação
do bairro Monte Carmelo I ao secretário de Comunicação Social, Alessandro
Freire.
Até
o fechamento desta edição, porém, não foi prestado nenhum esclarecimento nem
por telefone nem por e-mail. (Fonte: jornal O Norte)
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