Servidor faz obra na casa do chefe; presidente
da MCTrans pediu desculpas e prefeitura ainda não se pronunciou sobre o fato
MONTES
CLAROS (por Márcia Vieira) – O presidente da Empresa Municipal de Planejamento,
Gestão e Educação em Trânsito (MCTrans), José Wílson Guimarães, utilizou um
veículo da empresa e recrutou um funcionário do órgão em benefício próprio. O
objetivo era uma obra na casa dele, o que pode ser enquadrado como crime de
improbidade administrativa.
Fotos rede social
PARTICULAR - Servidor teve a função desviada pelo próprio chefe.
O
flagrante foi feito pela vizinhança dele na última sexta-feira (23 de fevereiro).
Vídeo e fotos que viralizaram nas redes sociais mostram o funcionário público
uniformizado trabalhando no conserto do telhado e em uma das laterais do imóvel
do presidente da MCTrans. Na porta da casa, o caminhão da empresa estacionado,
com os sinalizadores ligados e um cone isolando a área.
Com
a repercussão do caso, José Wílson Guimarães pediu desculpas à população, por
meio de nota. “Como presidente da MCTrans, eu, José Wílson Guimarães, venho me
desculpar junto à população de Montes Claros, com relação ao erro que cometi
por displicência e falta de maldade ao utilizar um servidor da MCTrans, mesmo
ao final do expediente de trabalho, em minha residência”, diz o texto. Em outro
trecho, José Wílson destacou que está fazendo levantamento de custos da
mão-de-obra para indenizar os cofres da MCTrans.
LEGISLAÇÃO
O
advogado Farley Menezes, especialista em Direito Público, afirma que o ato
desrespeita a Lei 8.429/93. “A legislação elenca no rol de atos de improbidade
a ação do agente público que utiliza, em obra ou serviço particular, veículos,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade da
administração pública, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados
ou terceiros contratados por estas entidades da administração direta ou
indireta, como foi o caso da MCTrans”.
As
penalidades para este tipo de crime incluem ressarcimento integral dos danos e
a perda de função pública. Ainda de acordo com o advogado, o chefe do Executivo
também pode ser responsabilizado. “Se ao tomar conhecimento de uma ilegalidade
o prefeito permanecer inerte, terá como consequência a responsabilização pelos
atos praticados por seu assessor”, disse Farley.
“Que
situação lamentável, uma vergonha para a nossa cidade. Isso acontece no mínimo
por negligência ou pela pura incompetência das pessoas com cargos superiores na
área de administração e que tem o dever de fiscalizar”, disse Eduardo Oliveira,
em um dos comentários na internet.
A
prefeitura não se manifestou sobre o fato até o fechamento da edição. (Fonte:
jornal O Norte)
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