Capa do livro “Sapo na
muda”, escritor por Luís Carlos Novaes, o Peré.
JANAÚBA (por Oliveira
Júnior) – Na coluna “Fatos & Pautas”, de minha autoria, publicada no JORNAL
DA SERRA GERAL, edição deste sábado, dia 11 de outubro, faça uma dedicação ao
jornalista Luís Carlos Novaes, o Peré, que faleceu no último domingo, dia 5 de
outubro, em Montes Claros. Luís Peré, como era mais conhecido, foi o
responsável do meu ingresso jornalismo e no rádio jornalismo e nesse período de
quase três décadas de convivência ele sempre tem me incentivado e, o que é
muito orgulho para mim, mantinha uma consideração com a minha pessoa. Sim,
perdemos o amigo, colega e irmão Peré, mas ganhamos um exemplo de vida através
desse inesquecível jornalista, escritor e autêntico norte-mineiro. Aos amigos
Morena, Bianca, Brisa, Victória Angélica e Luís Carlos Júnior, todos filhos de
Luís Peré, a nossa gratidão por ter, ao longo desses bons tempos, dividido
conosco o carinho e o ensinamento que o Peré nos dedicou. Á Walkiria Braga,
Eliane Silva e Maria Inês Sobrinho que destinaram momentos de felicidades ao
companheiro Luís Carlos Novaes, o Peré, o nosso agradecimento por terem, de
maneira ativa, proporcionado ao amigo os momentos de alegria e afeto familiar.
Aos demais familiares de Peré o nosso muito obrigado por nos ter “emprestado”
essa pessoa de bom coração.
Foto Oliveira Júnior
Professor e radialista Donato Durães com Luís
Peré. Os dois atuaram junto na rádio Gorutubana. Tio Donato, como é conhecido,
relatava para Peré sobre os modos e os costumes do povo gorutubano.
PERÉ: SOU UM ETERNO
APRENDEDOR
19h33 do dia 21 de maio
de 2008 em contato virtual com Luís Carlos Novaes, o Peré, ele se auto definiu
quando o tratei de mestre. “Mestre que nada. Sou como você, um eterno
aprendedor, e aprender todos os dias”. Ainda nesse diálogo comigo (Oliveira
Júnior), Peré mencionou “Um beijão de amigo. Amigo mesmo, pois são poucos os
meus amigos, e ainda acabo perdendo um de vez em quando, como o Celsão Leal na
última segunda-feira (dia 19). Desculpe, tô triste... Mas é a vida”. Celsão era
irmão de Marcão Leal (também falecido) que trabalhou no Banco do Brasil, em
Janaúba.
DEDICATÓRIA NO LIVRO
“Sapo na Muda” é o livro
de Luís Carlos Novaes, o Peré, reunindo textos dele próprio, inclusive sobre os
amigos de Janaúba. Ele me presenteou com um exemplar desse livro e na
dedicatória, data de 23 de fevereiro de 2013, Luís Peré escreveu “Amigo é pouco
para se chamar de Benjamim Oliveira Júnior. Mais que amigo, irmão camarada.
Aqui, você vai entrar no meu mundo de histórias (e estórias) como bem lembra João
Rosa: ‘amigo que é amigo é aquele que está com a gente, mesmo não estando
perto´. Um abraço, Peré”.
Dedicatória de Luís
Carlos Novaes, o Peré, ao amigo jornalista Oliveira Júnior no livro “Sapo na
Muda”, de autoria do próprio Peré.
PERÉ SE FOI NO MESMO
DIA DE PINDUCA
Na semana passada,
verificando os meus arquivos e deparei com as notas sobre o falecimento do
amigo Sebastião Augusto Caires Martins, o Pinduca, que trabalhou na Prefeitura
de Janaúba. Até ensaiei uma citação para esta coluna, na edição passada. Mas,
não o fiz. Pinduca havia falecido em 5 de outubro de 2009, ou seja, no último
domingo completaram que ele nos deixou. E justamente nesse dia, cinco depois,
quem nos deixa é o jornalista Luís Carlos Novaes, o Peré, que chamava o Pinduca
de “Pin que Educa”. Eram amigos. No livro “Sapo na Muda”, Peré faz menção à
Pinduca no texto “Meu Amigos são um barato (I)”. Peré escreveu: “Pinduca é a
lógica mágica da ação do pensamento. Principalmente nas ruas gorutubanas, onde
gostava de cantar, “O Arnesto nos convidou prum samba/ele mora no Braz/Nos
fumos, num encontremos ninguém...”.
OS ÍCONES DA
COMUNICAÇÃO EM JANAÚBA
Bicalho Brandão e
depois o filho Raimundo Brandão se encarregaram com o jornal “O Gorutuba” em
formalizar a imprensa de Janaúba. Eles dois já nos deixaram eternamente. O
mesmo aconteceu com Herval Rangel, que comandou o cinema, a telefonia e a
repetidora de televisão em Janaúba. E, nesta semana, que seguiu os três ícones
foi Luís Carlos Novaes, o Peré, que fez Janaúba e o povo serem ouvidos por
inúmeras localidades através da rádio Gorutubana. Peré também instituiu, na
prefeitura local, a função de Assessor de Comunicação.
Imagem e desenho de Pampam
O personagem “Xiba”
chora pela morte de um dos seus idealizadores, o Peré.
O DIA QUE PERÉ VIROU
XIBA E VICE-VERSA
Xiba, já falecido, era
um cidadão que ficava numa calçada na rua Francisco Sá onde, com a ajuda de um
cobertor, dormia e com a mania de rasgar papel. Ele virou personagem de charge
feita por Paulo Roberto Antunes, o Pampam, colaborador do JORNAL DA SERRA
GERAL. Pampam foi incentivado por Luís Carlos Novaes. Eis o que Pampam escreveu
esta semana, após o passamento de Peré: “Meu alegre personagem Xiba agora chora
a perda de um de seus maiores incentivadores. Eu e Peré fizemos muita arte em
Janaúba: arte do desenho e arte (arteiro) com os políticos locais. Achei que
Xiba nunca passaria de Janaúba, e um dia em uma oficina, encontrei um jornal de
Moc e me surpreendi com uma tirinha do Xiba dos anos 80 ou 90 no miolo da página.
Lá Peré falava das pessoas que conheceu em suas andanças pelo Norte de Minas e
me citou, junto com Porretinha, Oliveira Jr e outros. A tirinha era sobre o dia
em que Xiba trocou de lugar com Peré, que estava sendo ameaçado de ser
deportado no "trem das onze". Daí Xiba colocou óculos escuros e uma
bolsa tira-colo. Mas não aguentou ser Peré e devolveu tudo no último quadrinho,
dizendo que era muito difícil ser ele. Para Peré ter guardado este desenho por
tantos anos, acredito que foi importante para ele. E me sinto feliz por isso”.
Foto Oliveira Júnior
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Luís Peré e Valdir
Oliveira, na Cantina da Lua, em Janaúba, em 2009.
SENTIMENTO DOS AMIGOS
Leia alguns
depoimentos de amigos sobre a morte de Peré: Júlio César Lacerda,
“Meus sentimentos, morre um amigo e uns dos melhores
jornalista que o Norte de Minas já teve. Luis você é eterno. O que escreveu
ninguém vai esquecer”. José Luís dos Santos, o Luizinho, “O Norte de Minas
Gerais perdeu neste domingo de eleições presidenciais uma grande voz. Voz que
não se ouvia mas que ecoava nas concatenadas frases divertidas e inteligentes
desse grande parceiro, em diversos meios de comunicação escrito. Peré, tive o
prazer de trabalhar contigo, hoje estás nas alturas ao lado do Senhor e
apresentando seus personagens para alegrar o céu. Grande Parceiro e Amigo
obrigado por ter existido em nosso mundo”. Maricéli Magalhães, “Estou com meu
coração partido... perco um pai, um mestre, meu amigo... que me ensinou muito
na Comunicação na Rádio Gorutubana. Estou consternada... Mas Deus é maior e fez
o melhor para ele. E com certeza, ele está bem melhor... descanse em paz
querido...”. Cantor Carlito Ferreira: “Esse grande amigo vai deixar saudades.
Devo muito a ele. Quando trabalhou na rádio Gorutubana me deu muita força. Que
Deus te receba com muita alegria vou rezar sempre por você”.
SENTIMENTO DOS AMIGOS
II
Renato
Maia: “Estou muito triste pelo acontecido; quando ele morou aqui, fizemos
amizade e tínhamos até uma brincadeira juntos. Que Deus o receba na casa
celestial e dê aos seus entes, conforto para superar esta dor”. Saruca Silva:
“Estou triste pela morte do amigo Peré, ele foi prá mim uma enciclopédia de
ensino na comunicação e publicidade, uma pessoa de muita sabedoria musical
passando por todos os gêneros musicais MPB, Soul,Black Music, Disco... E vários
movimentos musicais que marcaram época como o tropicalismo, bossa nova, jovem
guarda e grandes festivais que aconteceram no Brasil e no mundo, era realmente
uma enciclopédia ambulante, creio que todos que trabalharam com Peré aprendeu
muitas coisas, peço ao nosso Deus todo poderoso que conforte o coração de todos
os familiares neste momento tão difícil”. Leonardo Nunes da Silva, “Grande
profissional e amigo, tive um prazer imenso de trabalhar com ele. DEUS
reservará um lugar abençoado na mansão celestial!!! Sandoval Souza, “Quero aqui dizer que o nosso
amigo Luiz Carlos Novaes fui um grande professor para mim, me ensinou muito
sobre locução de Rádio, agradeço muito o que aprendi com Peré. Deus te dê um
bom lugar ai no reino do céu e um dia amigo nos encontraremos. ADEUS amigo Luiz
Carlos Novais e nosso grande professor”.
***Para finalizar essa
coluna especial e em homenagem a quem me ensinou e muito incentivou cito ...
“VALEU PERÉ, ATÉ MAIS”
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