JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – O nível de água
da barragem Bico da Pedra, em Janaúba, está baixando e com isso surgem ruínas e
outras estruturas que teriam sido cobertas pela água na formação do lago da
represa. Nos últimos dias apareceram várias cruzes fincadas fora e dentro dágua
num local que era cemitério. Sobre esse assunto e diante da contestação de um
cidadão em comentário no site do jornalista Oliveira Júnior, uma cidadã
encaminhou um relato ao site do jornalista Oliveira Júnior sobre o que era
antes da inundação pela represa gorutubana.
Foto Sandoval Souza
Barragem Bico da Pedra perde água e “ganha”
cemitério.
A cidadã, denominada de Reizinha, cita na mensagem que
“as madeiras de antigamente, eram nobres, como aroeira, entre outras que em nossa
região havia muitas. Meus avós são da região de São José do Gorutuba (perto do
lago da barragem, no município de Porteirinha) e sempre contou várias histórias
de lá e da região que foi alagada quando se construiu a barragem. Inclusive ela
(a avó, ainda é viva e muito lúcida) conta que esse lugar onde fica hoje o
balneário Resort, Ilha Pantanal, entre outros caminhos que por ali foram
inundados, servia de passagem para o povo daquele lugar, que atravessavam o rio
para fazerem compras na região que antes se chamava Gameleira, nossa Janaúba e
outros lugares, inclusive Francisco Sá (Brejo das Almas) e Montes Claros”,
conta a cidadã.
A cidadã Reizinha continua relatando, “acredito na
veracidade que a natureza expõe hoje "o cemitério" sob as toneladas
de água que o tempo preservou. Esses cemitérios existem e como ela diz, já
serviram para sepultarem pessoas que aqui moravam. Aquela região de Brejinho,
São José do Gorutuba, ainda guarda muitas relíquias como a Igreja de São José,
o próprio cemitério de lá, que é incrível na arquitetura escrava (e também dos
índios Kuruatuba, nome origem do rio Gorutuba, que habituaram na região) que
também existia naquela região - podem conferir lendo o livro que retrata o lugar,
chamado "O Padre e a Bala de ouro”'. Isso tudo, torna verdadeiro esse
cemitério emergindo da seca do rio Gorutuba. Não tem como ser mentira. Hoje se podem
ver diversos mourões que dividiam as fazendas, intactos, inclusive os arames.
Quem quiser ver pode ir à região ali do Rancho Nanas, Ilha Pantanal que pode
vislumbrar com essas maravilhas. Pena, que só estamos voltando ao passado à
custa da seca na nossa região e que pode ser um transtorno futuro. Queira Deus
que não. Mas quem tiver a oportunidade de dar um passeio pela orla seca da
barragem, vai ver coisas incríveis. vale!”, citou.
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