Foto Ascom/Copasa
O engenheiro Henrique de Melo na estação onde
desenvolve o projeto.
JANAÚBA
– Com o objetivo de atender a uma necessidade da população de Janaúba, um funcionário
da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) desenvolveu um projeto
inovador, denominado “Otimização na Eficiência do Bombeamento da Elevatória de
Esgoto”. A iniciativa, já aplicada em uma estação elevatória de esgoto
localizada em frente ao mercado municipal desta cidade, surgiu para resolver o
problema do mau cheiro que exalava da unidade.
Autor
do projeto, o engenheiro e supervisor técnico eletromecânico Henrique Afonso
Santana de Melo explica que estudos mostram que o esgoto só passa a exalar o
odor após 30 minutos parado na estação elevatória. Assim, o desafio era criar
um mecanismo que não deixasse a elevatória sem funcionamento por mais de meia
hora.
Depois
de muito pesquisar sobre o assunto, veio a ideia de inserir um transmissor de
nível ultrassônico dentro do tanque de sucção, localizado na estação
elevatória, para monitorar o volume de esgoto recebido. “Esse transmissor envia
um sinal para o inversor de frequência, responsável pela modulação do motor.
Assim, quando a estação elevatória recebe pouco esgoto, a rotação do motor
diminui. Já quando a estação recebe muito esgoto, a rotação aumenta. Com isso,
o bombeamento para a ETE é contínuo e o esgoto é sempre renovado”, esclarece
ele.
Para
o presidente da Copasa, Ricardo Simões, a ideia permite viabilizar a construção
de estações elevatórias em qualquer lugar, até na rua, já que elimina o odor de
forma drástica. Isso diminui o problema de desapropriação”, destaca. O
método contribui, inclusive, para minimizar o problema de baixa vazão
enfrentado atualmente em Janaúba, tendo em vista a adesão insuficiente ao
sistema de esgotamento sanitário da cidade.
Dois
outros benefícios também são frutos do projeto. Um deles diz respeito à
economia de energia. Isso porque no sistema convencional o motor funciona em
sua potência máxima, todo o tempo. Já com a instalação do transmissor de nível
é possível adequar a rotação do motor à vazão. “Essa alternância permite uma
economia de até 64%”, completa Henrique. O
outro benefício refere-se à eficiência da Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE). “O funcionamento contínuo do sistema permite que a ETE receba esgoto sem
intervalos. Isso estimula o trabalho ininterrupto das bactérias, realizado no
reator anaeróbio”. Quando as bactérias ficam ‘ociosas’ e não têm do que se
alimentar, podem passar a consumir umas as outras e causar danos ao processo de
tratamento.
Atualmente,
o projeto é aplicado em Janaúba, Jaíba e Porteirinha. Mas Henrique já presta
consultoria em outros distritos da empresa. E a ideia foi tão inovadora que ele
foi reconhecido com o Prêmio Copasa de Tecnologia & Inovação referente ao
ano de 2012. (Fonte: Ascom/Copasa)
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