Foto Oliveira Júnior
Deputado estadual Paulo Guedes.
MANGA
(por Luís Cláudio Guedes*) – Ainda não evoluiu da categoria de boato para fato
digno de relevância essas notícias de que o deputado estadual Paulo Guedes (PT)
já teria definido novos voos para daqui a dois anos, em possível disputa por
vaga na Câmara Federal. Especula-se que, após o recente desempenho eleitoral na
disputa pela prefeitura de Montes Claros, o petista, em segundo mandato na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mira agora o Congresso Nacional no
horizonte político imediato. Não é bem assim.
A antecipação de tema ainda espinhoso no intramuros
petista tem origem mais nas pretensões de certos companheiros que sonham ocupar
o espaço a ser aberto por Guedes. Planejam fazer ‘dobradinha’ com o deputado,
entre outros, o prefeito derrotado de Janaúba, José Benedito Nunes, e o
vereador reeleito por Montes Claros Alfredo Ramos, ambos petistas. O
ex-prefeito de Manga Humberto Salles (PSB) é outro nome que se sussurra em
conversas privadas. Salles, que é assessor parlamentar de Guedes, já teve mesmo
veleidades em ser deputado, mas é pouco provável que enfrente a empreitada.
Eleito com 95,6 mil votos para o atual mandato, Paulo
Guedes deve ampliar sua votação em Montes Claros e região em razão da ampla
exposição da sua imagem durante os 60 dias em que protagonizou o horário
eleitoral na recente disputa municipal. O deputado, no entanto, trata o assunto
com cautela de quem não pretende enfiar os pés pelas mãos. Perguntado por este
site sobre seu destino político um dia após ser derrotado por Ruy Muniz em Montes
Claros, ele disse, naquela ocasião, que a eventural candidatura a federal
deveria passar por ampla discussão dentro do partido.
De mais a mais, Paulo Guedes tem compromisso histórico
com o ex-deputado federal Virgílio Guimarães, pelas mãos de quem foi alçado da
paroquial condição de vereador em Manga ao de principal liderança petistas no
meio-norte mineiro.
É de conhecimento geral que Guedes teve papel decisivo
na eleição de Gabriel Guimarães (PT) nas últimas eleições, ao carrear da região
parcela decisiva dos votos que elegeram para o cargo de deputado federal o
estreante filho de Virgílio nas últimas eleições parlamentares. O risco de voo
solo deve ser bem medido, porque sempre há o risco de que a eventual
fragmentação da votação petista na região deixe os dois companheiros de fora do
Congresso Nacional em futura legislatura.
A fila de petistas e aliados em busca do espólio
eleitoral de Paulo Guedes deve aumentar, na direção exata e oposta de que se
repita seu inegável sucesso eleitoral na última década. Não é muito comum que
os raios caiam sobre as mesmas cabeças. (Fonte: *Luís Cláudio Guedes é
jornalista e autor do site luisclaudioguedes.com.br)
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