Depoimentos
colhidos pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Montes Claros:
Jornalista Reginauro Silva
Arthur
Júnior, jornalista:
“Tive
a oportunidade de dirigir uma peça teatral de Reginauro, ‘A Formiga que queria
ser cidade e virou Princesa’, que foi uma segunda montagem em 1993 junto com
Eduardo Brasil. Na área jornalística, foi um guru, sempre nos incentivando,
criticando, apontando o que tinha que ser feito. Foi uma pessoa que tinha um
texto primoroso, investigativo e que sabia brincar com as palavras, tanto na
maneira de elaborar o texto quanto na área do Teatro. Deixa um legado de
alegria. Seu último ato aconteceu na minha festa, no ‘Baião de Dois do Karoba’,
último domingo, quando ficou a tarde toda alegre, confraternizando, rindo,
brincando, como sempre foi. Eu quero guardar para mim esta imagem: do Reginauro
alegre, companheiro, brigador e polêmico, que nunca se dobrou diante dos
poderosos”.
Artur
Leite, jornalista:
“Reginauro
tinha uma dimensão nacional e não regional ou mesmo local. Ele pensava além do
seu tempo. Uma das suas marcas principais era a inteligência rara, a percepção
do cotidiano e a capacidade de polemizar. Seu maior legado é trabalho realizado
no Teatro, na Literatura, no Jornalismo. Foi-se o homem polêmico, mas ficou o
seu legado maior: o amor a Montes Claros”.
Décio
Gonçalves, jornalista:
“Reginauro
foi um dos repórteres mais brilhantes que eu tive no meu ‘Diário de Montes
Claros’. Ele era pessoa correta e um profissional excelente. Como ninguém,
perseguia a notícia, mas sempre com o
foco na verdade. Esse era ele, um perseguidor implacável das notícias. Mas para
ele, a verdade estava sempre acima de tudo”.
Dhiogo
Revert, jornalista:
“Não
só o Jornalismo, mas também a arte, a cultura e os cidadãos montes-clarenses
perdem alguém que cobrava com irreverência e com pulso forte, tratando de assuntos
que a população queria buscar seus direitos. E para quem começa a se enveredar
no Jornalismo, é claro que perdemos um grande mestre. Fica a saudade”.
Fátima
de Oliveira, jornalista:
“Com
tristeza leio a nota sobre a morte de Reginauro, companheiro querido que nos
recebeu na cidade com carinho e afeto, quando de nossa visita como diretora do
Sindicato dos Jornalistas. Saibam , no entanto, que ele morreu praticando o
ofício que mais amava, tanto que preferiu morrer no local de trabalho como quem
diz: ‘Saio daqui direto para o céu’. Que os anjos aproveitem sua criação
companheiro e lhe tratem bem. Meu carinho a todos de Moc, cidade que aprendi a
amar por causa de nossa categoria”.
Felicidade
Tupinambá, jornalista:
“Reginauro
vai ser sempre uma referência de Jornalismo em Montes Claros e na região. Ele
será para sempre meu editor, com quem aprendi muito. Sem dúvida, uma grande
perda para todos nós. Mesmo tendo uma religião como alicerce, que nos garante a
vida eterna, a dor é grande. Mas isso mostra a inexorabilidade da morte, que é
inevitável. Uma das minhas muitas lembranças foi o ‘Conversa Fiada’ que fiz com
ele e com diversos ex-colegas dele da Escola Normal, sobre o Grêmio
Estudantil. Eu fiquei gratificada por ter promovido este encontro.
Eles, embora homens feitos já, mostraram que ainda tinham e têm alma de
criança. Outra lembrança importante: eu
ingressei no impresso pelas mãos dele. À época, minha coluna não tinha título e
foi ele quem criou o nome ‘Simplesmente’ para a coluna. E no último domingo
(20/05), durante a festa do Karoba, ele me afirmou que tinha planos para
retornar ao impresso e que gostaria que eu voltasse a escrever a minha coluna”.
Gal
Bernardo, jornalista e turismóloga:
“Regi
sai de cena como sempre gostou de viver: silencioso, comedido e sempre na dele.
Um grande profissional que sempre soube separar a profissão de qualquer outra
coisa que não a edificasse. Perdemos o grande mestre do Jornalismo sério e
competente”.
Hamilton
Trindade, secretário municipal de Comunicação e Cultura:
“Reginauro
era um ícone da diversificação cultural de Montes Claros. Foi um dos principais
jornalistas e repórteres investigativos que enriqueceram a imprensa mineira,
pela profundidade das matérias que ele não só escrevia mas que eram objeto e
fundamento para muitos dos fatos e acontecimentos que ocorreram em Montes
Claros nas mais diversas áreas. Era um ser humano emblemático por causa dos
seus amores, os mais múltiplos, e um pai único, universal para os filhos. Um
amigo que não media consequências para gostar das pessoas. As pessoas tinham
por ele amor ou ódio. E muitos pensavam também nutria amor ou ódio. Mas porque
muitos, não o conheciam com profundidade para saber que este antagonismo, à
primeira vista, era só movido por amor. Reginauro, convivemos juntos,
principalmente na primeira administração do prefeito Luiz Tadeu Leite, e, junto
comigo e com outros, como Charles Boavista, foi conosco o criador do ‘Circo dos
Bairros’ em Montes Claros sob a inspiração do secretário de Cultura Bethoven, à
época em Uberaba, foi conosco também o criador do projeto ‘Olá, Montes Claros’,
que uniu todos os produtores culturais da cidade, denominou Montes Claros
‘Cidade da Arte e da Cultura’, juntos criamos a ‘Festa Nacional do Pequi’,
ampliamos o ‘Festival Folclórico’, criamos o ‘Festival de Forró e Quadrilhas de
Montes Claros’, mantivemos vivo o ‘Salão Arte Boi’ e descortinamos com as
vivências nas madrugadas vários projetos para o engrandecimento da cultura e do
artista de Montes Claros e norte-mineiro. E ontem, dia de seu falecimento, tive
a oportunidade de ficar com ele até por volta de 12h30, quando conversamos
sobre variados assuntos, e ele, talvez, tenha escrito o último ofício para que
o prefeito encaminhasse ao governador de Minas, a solicitação urgente dos recursos
para o Centro de Convenções a ser construído no Interlagos. E ele estava
tranquilo, feliz, como sempre, com os ofícios que lhe eram pertinentes, como
assessor especial do prefeito Luiz Tadeu Leite. O Brasil, Minas e Montes
Claros, perdem um dos maiores criadores e inventores, insubordinado agente
cultural e um jornalista de primeira grandeza. Nós, seus amigos, e com certeza
a sua família, perdemos um grande amigo e um inquieto incentivador do amor a
Montes Claros”.
José
Wilson Santos, jornalista:
“Diazinho
FDP, essa segunda-feira em que perdemos o companheiro Reginauro Silva, um dos
mais brilhantes jornalista, advogado e teatrólogo desses Montes Claros,
vitimado por uma parada cardiorrespiratória fulminante. O coração grande e
generoso parou, depois de décadas batendo pela família, pelos amigos e pela
cidade que tanto amou. É uma perda doída, porque sempre será doído perder
referências, amigos tão intrinsecamente ligados às nossas vidas. Dizer que o
jornalista Reginauro será por muito tempo um mestre para quantos têm humildade
para aprender; que como teatrólogo foi o cara que impulsionou com a força de
textos supimpas o bom teatro montes-clarense, é chover no molhado. Regi era bom
pra cacete em tudo que fazia. Em tudo mesmo, índio velho! Penso até que Paulo
Francis se inspirou nele pra cunhar a pérola ‘Quando sou bom, sou bom; mas
quando sou ruim sou melhor ainda’. Era ruim pra caramba pisar no calo dele. A
verve irônica, debochada, era temida, certeira paulada na moleira do infeliz.
Uma coisa, como diria o amigo Artur Leite. O bom e velho Regi realizou muito –
a começar por bela família –, conquistou muito e viveu intensamente a vida.
Pelo que, quem sabe, também inspirou Vinícius de Moraes a cantar com todas as
letras que ‘A coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca
mais...’ Acertou e errou como todos nós, pobres mortais. Mas acertou muito
mais. Tanto que sua passagem, em que pese ser parte forçosa e a única certeza
dessa vida, deixou-nos a todos de luto sentido, indignados com a perda, com a
dor de um espaço vazio que não mais será preenchido. Foi-se o homem, o
profissional, o pai de família, o amigo, mas ficou imenso legado, pelo que
posso dizer com orgulho, índio velho: fui contemporâneo dele. E confessar: não
é que o cara perdeu um tempão da “orra” – que felizmente não fez falta ao seu
extraordinário curriculum – pra conseguir ensinar, pacientemente, ao degas
aqui? E olha que paciência, definitivamente, não era o forte dele. Até qualquer
dia desses, índio velho!”
Luís
Alberto Caldeira, jornalista:
“O
Regi foi meu mentor, meu padrinho profissional, assim como o de inúmeros
colegas jornalistas que estavam começando na carreira, a quem o Reginauro
acreditou e abriu as portas do Jornalismo. Foi um grande incentivador de novas
ideias e descobridor de talentos. Perdemos uma pessoa com vasta experiência e
criatividade, mas o que mais lamentamos é que perdemos um amigo. Deus reservou
um lugar especial a ele. Vai fazer falta”.
Luiz
Tadeu Leite, prefeito de Montes Claros:
“Reginauro
foi o meu primeiro amigo na segunda fase de minha vida, logo depois que saí do
seminário e passei a trabalhar na velha ZYD-7. Ele, como repórter do ‘O Jornal
de Montes Claros’ e eu, começando na redação da Rádio Sociedade, cobrimos
juntos o dia-dia da prefeitura. Colhíamos as notícias em especial junto ao Cel.
Coelho, chefe de gabinete do então prefeito Pedro Santos. O Reginauro, do tempo
das vacas magras, era uma figura esquálida, mas, desde cedo, chamava a atenção
pela rapidez de raciocínio e pela sagacidade. Na escola de Oswaldo Antunes
aperfeiçoou-se rápido no ofício do jornalismo investigativo tendo, inclusive,
ganhado vários prêmios por excelentes coberturas jornalísticas. Nossas vidas se
cruzaram em diversas outras ocasiões, quando não andaram paralelas. Juntos,
estudamos na mesma classe e nos formamos em Direito pela velha Fadir. Ele
brilhou como jornalista enquanto eu caminhei pela senda política. Nos últimos
anos, trabalhou na minha ante-sala no gabinete do prefeito e participou de um
grupo seleto de companheiros, sempre pronto a opinar positivamente nas questões
mais candentes que, juntos, enfrentamos. Vai-se o homem e fica o mito: a saga
de um jovem de família pobre que, com esforço próprio, amealhou muito mais que
bens terrenos, mas fartou-se e espalhou bens imorredouros, destes que o tempo
jamais apagará. Minha família e eu estamos chorando por esta irreparável
perda!”
Mestre
Zanza:
“Eu
estou muito sentido, porque Reginauro era amigo de muitos anos. Vai fazer muita
falta, porque é uma perda grande. Mas precisamos confiar em Deus, confiar que
ele faz o melhor para nós”.
Nágila
Almeida, jornalista, assessora de imprensa:
“Acredito que o Norte de Minas perde um
comunicador de peso. Regi era generoso, humilde e sabia como ninguém se
expressar de todas as formas. Não era egoísta e sempre que solicitado dividia
os seus conhecimentos principalmente com quem dava os primeiros passos na arte
de informar. A imprensa e o teatro estão de luto”.
Nazareno
Dias, jornalista:
“O jornalista Reginauro Silva foi um mestre na
arte de ensinar a verdadeira arte da profissão, que, muitas vezes, a técnica
aplicada na faculdade não mostra. Isto, ele fez através do jornal-laboratório
“Opinião”, do O Norte, onde era o editor geral e nos orientava nas reportagens
e redação dos textos. Certamente, uma grande perda para toda imprensa da cidade
e região”.
Paulo
César Gonçalves de Almeida, jornalista:
“Convivemos
desde 1968. Começamos no mesmo jornal, o ‘Jornal de Montes Claros’. Reginauro
foi, sob todos os aspectos, uma pessoa interessante, inteligentíssimo, com um
talento irrefutável, texto brilhante, polêmico, irreverente, incompreendido
muitas vezes, mas uma pessoa que deixou a sua marca. Pelo o que ele edificou na
imprensa – quantos que aprenderam com ele e não foram poucos – ele merece ser
enaltecido e lembrado como uma pessoa que fez historia. Não foi apenas
espectador, foi personagem ativo da história”.
Railda
Botelho, jornalista:
“Um
grande conselheiro na arte de praticar o Jornalismo sério e competente. Sempre
gostava de conversar com ele e aproveitar para pedir algumas dicas. Deixa uma
lacuna na imprensa local”.
Rogeriano
Cardoso, jornalista:
“Tive
o grande prazer de trabalhar junto com ele. É uma perda para a imprensa
mineira”.
Samuel
Nunes, jornalista:
“Regis
fará falta, muita falta mesmo. Estou com a consciência tranquila, pois ainda em
vida, e por várias vezes, agradeci a ele pela oportunidade a mim concedida.
Elogios, puxão de orelha, brincadeiras na redação. A despedida é um momento de
tristeza , em que corações se preparam para viver uma saudade. Diz certo
ditado, e a saudade bate forte no peito. As lágrimas já saíram em demasia, não
querendo acreditar na morte do ícone do jornalismo local. Mas Deus nos concede
a força necessária para enfrentarmos este momento triste. Montes Claros acorda
triste nesta terça-feira (22/05), e o seu blog, ‘A Província’, que Reginauro
tanto gostava não deu a noticia do falecimento do seu criador. É a vida... Aos
parentes, que Deus os console, aos amigos fica o exemplo de um profissional
dedicado à profissão, ousado e criativo. Enfim, o mais triste de uma despedida
é a incerteza de uma volta. E mais: talvez o único fato que me dói mais que
dizer adeus, é não ter tido a oportunidade de me despedir de você.
Wanda
Gonçalves, jornalista:
“Perdemos
um ícone do jornalismo. Regi era um profissional muito inteligente e dedicado.
No teatro, ele fez história com as suas peças bem redigidas e encenadas com
sucesso. Destaco ‘A Formiga que queria ser cidade e virou Princesa’ além do
livro “As 78 mulheres que amei”.
Wanderlino
Arruda, escritor:
“Reginauro
é um ícone do conhecimento, da cultura. A ausência dele vai fazer muita falta à
cidade e à região. De atividade constante, ele deixa um riquíssimo legado para
a história de Montes Claros. E nós, do Instituto Histórico e Geográfico de
Montes Claros, tivemos a honra dele ter sido um dos fundadores”.
Zeca
Aguiar, publicitário:
“Uma
grande perda não só para Montes Claros mas para todo o Estado de Minas Gerais.
Reginauro sempre foi um homem que procurou ajudar as pessoas, ensinar com a sua
capacidade inegável. Foi sempre um estudioso. Tudo que ele fez, fez muito bem,
no Jornalismo, no teatro. Nos ensinou muito”.
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