No
Norte de Minas Gerais, um grupo de pequenos agricultores melhorou de vida
depois que uma agroindústria familiar se instalou na região. Reportagem do
Globo Rural mostrada no dia 15 de abril de 2012
JANAÚBA
(por Camila Marconato/TV Globo/Globo Rural) – A terra é seca, mas abençoada
pelas águas do Rio Gorutuba que represadas garantem a produção das pequenas e
grandes propriedades de Janaúba, região norte de Minas Gerais. O município do
semi-árido mineiro conta hoje com quase seis mil hectares de lavoura irrigada e
é um importante pólo produtor de frutas, principalmente banana. Além disso, de
uns anos pra cá, Janaúba vem descobrindo uma nova vocação. Produzir variedades
de pepino, específicas para conserva, acabou se tornando uma boa alternativa de
renda para os pequenos produtores da região. Esse tipo de pepino não requer
muita terra, produz rápido e tem mercado garantido.
Trinta
dias depois do plantio começa a colheita, que dura mais 28 dias. Um único
hectare de pepino rende aproximadamente 20 toneladas. O "mercado
garantido" fica por de Vito Warken que deixou o Rio Grande do Sul no final
da década de 1990 para instalar uma fábrica de conservas na cidade. “A grande
vantagem que a gente oferece é um preço definido, acertado, e a garantia de que
toda a produção a gente compra dele”, declara.
Vito
compra o pepino em três tamanhos. “O tipo um vai até 5,5 cm, o tipo 2 vai até
7,5 cm e tem o tipo 3, acima de 7,5 cm. Ele vai ser uma componente do picles,
uma conserva muito consumida no mercado. Nós pagamos R$ 1,5 por quilo no tipo1,
o tipo 2, R$ 1,10 e o maior a R$ 0,40, o quilo.
Hoje,
o dono da fábrica conta com 36 produtores parceiros. Um dos mais novos é o
Roberto Santos, que está colhendo pela primeira vez. Ele tem uma propriedade
familiar de sete hectares e decidiu ocupar com pepino uma área de 0,8, que
equivale a oito mil metros quadrados.
“Vou
repetir a experiência, tem mais um pedaço do outro lado, que dá mais ou menos
uns 0,8 também, estou montando a irrigação lá e se deus quiser continuar a
parceria aí. O dinheiro é rápido e de uma forma ou de outra você ainda gera
emprego para a vizinhança”, afirma Roberto Santos.
A
seleção do pepino colhido é serviço da família. Eliana Santos, mulher do
Roberto, coordena o trabalho. “Eu seleciono os de primeira, segunda e terceira.
A gente já vai tirando, colocando no saco, já fica prontinho pra pesar e
colocar no caminhão pra carregar”, explica.
Quem
está há mais tempo na atividade garante que o lucro é bom, beira os dez mil
reais por hectare/safra - que dura cerca de 60 dias. Mas nem sempre foi assim.
Antes da instalação da agroindústria de Vito Warken, os pequenos agricultores
de Janaúba não queriam nem ouvir falar de pepino. Um trauma antigo, caso de Expedito
Correia Lima, que começou a lidar com a cultura no final da década de setenta:
“Já
teve comprador que não pagou, já teve vários compradores e nenhum se afirmou na
região, então o desequilíbrio maior que tinha antes era isso. A gente chegou
até a pensar em desistir, até desistiu um tempo por causa disso, depois que ele
chegou pra cé equilibrou bem melhor. Ele foi uma pessoa que chegou, começou
devagar, mas começou de pé no chão, então, hoje a gente considera ele um
empresário de médio porte, muito bem sucedido e que vem dando essa sustentação
a esse tipo de cultura que a gente sempre produziu”.
Pra
conquistar a confiança dos produtores, além de garantia de compra e preço, Vito
dá assistência técnica, financia sementes, adubo, defensivo. Às vezes, até
empresta o dinheiro pra pagar a mão-de-obra da colheita. A fábrica ainda retira
o produto diariamente nas propriedades e o agricultor não gasta com o frete até
a cidade. Setenta por cento de tudo que a agroindústria processa é pepino, mas
por causa do sucesso desse modelo de parceria, mais culturas que servem para
fazer conserva, vão conquistando espaço na região.
Outro
produto que ganhou destaque por aqui foi o mini-milho, um milho convencional só
que colhido quando está bem novinho. O agricultor Amauri Benedito Nunes só vê
vantagens no cultivo do mini-milho. A fábrica compra toda a produção. Além
disso, ele também serve para fazer rotação de cultura com o pepino -
carro-chefe da propriedade - e pra reforçar a alimentação das vacas de leite
com a palha e até com a espiga que passou do ponto.
Amauri
tem doze hectares irrigados e conta que a parceria com a agroindústria de
conserva mudou a vida da família. “Melhorou demais, porque a gente sofre muito
com a falta de crédito e às vezes a gente tem a terra pra plantar, tem a água
disponível, mas não tem condição de iniciar. Essa parceria, se a gente precisar
de um adubo, e às vezes até de um adiantamento pra qualquer coisa que a gente
precisa, a gente consegue. Essa parceira tem aquela confiança. É como se fosse
um banco sem burocracia”, afirma.
A
fábrica ainda incentiva a produção de cenoura, pimenta malagueta, pimenta
biquinho. Junto com os agricultores da região, ela cresce: por mês, em média,
compra e processa 80 toneladas de produto pra conserva. Tudo sob a rígida
supervisão da família de Vito, a esposa e os dois filhos. Felipe é
administrador e Camila, engenheira de alimentos. Ela explica que o segredo do
sucesso deles está no frescor dos produtos, já que tudo é processado in natura:
“Caso
a empresa se localizasse distante das áreas produtivas, o produto teria que
receber uma etapa inicial de conservação, que seria manter ele em água com
adição de sal. Com esse processo o produto já iniciaria uma fermentação e aí
ele perderia algumas das características sensoriais que a gente considera
positiva, que é a crocância, ele vai se tornando mais translúcido, menos firme
e também um pouco mais salgado”, explica Camila Linck Warken. (Fonte: Globo
Rural/TV Globo através do link http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/04/cultivo-de-produtos-para-conserva-gera-renda-para-pequenos-produtores.html)
Repórter
Camila
Marconato
Produção
Mariana
Fontes
Imagens
Jorges
Santos
Edição
de imagens
Fernando
Rodrigues
Comentários
PARQUE INDUSTRIAL PRIVADO CLARITA. CONHEÇA, FARA PARTE DA HISTORIA DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DE JANAUBA.
CHEGA DA BESTEIRA DE DISTRITO INDUSTRIAL PERTO DO AEROPORTO, ISSO NUNCA EXISTIRA.
CONTEM COM A CORAL E CLARITA EMPREENDIMENTOS