JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – O ano de 2011
terminou para a população de Janaúba em clima de sensação de insegurança.
Naquele período ocorreram 23 homicídios neste município, incremento de 109,09%
nessa criminalidade numa comparação aos 12 meses de 2010 quando foram
registrados 11 assassinatos. No ano passado a crueldade ocorreu, em média, a
cada 16 dias. O detalhe é que nos últimos cinco anos a escalada da morte cruel
teve maior proporção nos anos ímpares. Pelo menos isso sirva de alento para os
janaubenses neste ano, que é par. A criminalidade que resultou em morte teve
redução de 21,43% em 2010 ao considerar a quantidade de assassinatos
verificados em 2009. Mas, o temor tomou conta da população nos 44 primeiros
dias de 2012, ocasião em que pelo menos 6 pessoas perderam a vida de maneira
bárbara. Conforme apurações da revista MAIS, isso proporciona o triste quadro
de uma morte por semana.
Em 2011 ocorreram 282 crimes violentos em
Janaúba, aumento de 57,54% sobre os 179 crimes violentos registrados em 2010.
Dos crimes violentos na região da Serra Geral de Minas em 2011, 54% ocorreram no município de Janaúba. Os crimes violentos envolvem assassinatos, tentativas de homicídios, assaltos e
violência sexual.
O
último assassinato em Janaúba, neste ano (apuração em 16 de março de 2012),
ocorreu em 13 de fevereiro na qual foi vitimado o comerciante Ediney Ferreira
Barbosa, o Nei “Metralhas”. O caso, que teve comoção em todo o município, ainda
se encontra em investigação pela Polícia Civil. Horas antes da execução de Nei,
um homem teria sido assassinado no distrito de Vila Nova dos Poções.
O
crescimento dos casos de homicídios deixou a população de Janaúba perplexa e
indignada. A revolta foi estampada numa passeata pelo centro da cidade em clamor
pela tranqüilidade. Essa atitude se assemelhou à caminhada pela paz ocorrida em
abril de 2002 quando, milhares de moradores, em trajes na cor branca, foram às
ruas de Janaúba pedir pelo fim da violência que assolava a comunidade. A
participação pública em ações em favor da segurança pública teve início em
meados 1999 quando o então vereador Antônio Marcelo Miranda, o Doutor Marcelo,
idealizou e a Câmara Municipal coordenou o Movimento Pró Cidadania para conter
a criminalidade que perturbava a população. Desse movimento surgiu a Guarda
Mirim, o planejamento para transformar a unidade da Polícia Militar de Janaúba
em Batalhão – fato concretizado em novembro de 2009 – e outros atos que
minimizaram a violência no município.
Nos
últimos cinco anos e dois meses ocorreram 80 homicídios no município de
Janaúba, sendo 14 em 2007; 12 em 2008; 14 assassinatos em 2009; 11 em 2010; 23
homicídios em 2011 e 6 neste ano.
A
atribuição para a incidência desse tipo de ocorrência é a sensação de
impunidade que paira sobre os marginais. Tanto a Polícia Militar quanto a
Polícia Civil tem atuado dentro das suas limitações e de maneira constitucional
com o intuito de assegurar a tranqüilidade para a população. Em Janaúba, a PC e
a PM compõem efetivamente programas sociais, caso da Guarda Mirim e do
Adolescente Cidadão, como forma de orientação dos jovens e da sociedade quanto
à disciplina e o respeito, além de desenvolver atividades comunitárias em
combate à criminalidade e ao tráfico de drogas e armas. Instituição do Conselho
de Segurança Pública no bairro Rio Novo é uma ação de parceria entre o sistema
de segurança e os segmentos da sociedade.
A
cada 24 horas pelo menos uma pessoa em Janaúba fica sem a bicicleta, enquanto
que o furto de motocicleta ocorre na proporção de uma unidade por semana. Essa
conclusão é com base na estatística do 51º Batalhão da Polícia Militar de
Janaúba referente ao comparativo dos anos 2009 e 2010. Solicitado pela revista
MAIS, o 51º Batalhão da PM nos encaminhou o balanço operacional de 2011 na região
da Serra Geral de Minas, contudo não tipificou os crimes contras as pessoas e
contra o patrimônio nesse ano. (Fonte: revista MAIS, nº 07, fevereiro/março de
2012)
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